Eleições 2020

Murilo Cavalcanti volta a defender permanência do MDB na Frente Popular

Partido anuncia qual posição vai adotar na eleição do Recife nesta terça-feira (11)

Luisa Farias
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Publicado em 10/08/2020 às 10:34 | Atualizado em 10/08/2020 às 11:58
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"Como é que a gente gente vai passar quase oito anos na gestão do prefeito Geraldo Julio, ai de uma hora para outra, não presta mais essa gestão?", questiona Murilo - FOTO: Foto: Divulgação

Atualizada às 11h58

Um dia antes do MDB de Pernambuco anunciar qual será a posição vai adotar na eleição do Recife, o secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, rechaçou qualquer possibilidade da sigla se desvincular da Frente Popular, grupo liderado pelo PSB em Pernambuco. Murilo é aliado de primeira hora do senador Jarbas Vasconcelos e do deputado federal Raul Henry, principais lideranças do MDB no estado. 

"Como é que a gente gente vai passar quase oito anos na gestão do prefeito Geraldo Julio, ai de uma hora para outra, não presta mais essa gestão? De uma hora para outra a gente vai se opor a um projeto que está avançando com a cidade do Recife? De maneira nenhuma. Eu tenho conversado com Dr. Jarbas sobre isso, da importância da gente continuar junto na Frente Popular, de continuar nesse projeto que está avançando com a cidade do Recife", ressaltou o secretário, em entrevista concedida ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal na manhã desta segunda-feira (10). 

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A candidatura de Raul Henry para disputar o comando da Prefeitura do Recife já foi defendida publicamente pelo líder do governo Bolsonaro no Senado federal, Fernando Bezerra Coelho (MDB). Em 2018, ele foi protagonista de uma briga pelo comando do partido em Pernambuco contra Jarbas e Raul, mas ao final não conseguiu levar a sigla para a oposição. 

"Dr Raul Henry em momento nenhum disse claramente para a população da cidade do recife que queria ser candidato a prefeito, eu não vi nenhuma entrevista de Raul nesse sentido de um projeto. Acho que Raul está muito bem como deputado federal em Brasília, então não tem motivo nenhum da gente sair desse palanque", afirmou Murilo.

O nome do próprio Murilo já chegou a ser cogitado para ocupar a vaga de vice na chapa majoritária encabeçada pelo deputado federal João Campos (PSB) no Recife. Na última quinta-feira (6), João visitou Jarbas Vasconcelos, mas os dois afirmaram que as questões locais não foram objeto da conversa. O encontro foi visto como uma sinalização com o objetivo de manter a aliança entre os dois partidos, em um cenário onde o PSB já perdeu o apoio, ao menos oficial, do PT e do PDT, devido as pré-candidaturas de Marília Arraes (PT), Túlio Gadêlha (PDT) e Isabella de Roldão (PDT). 

PT

Na entrevista, Murilo também criticou a gestão de João da Costa, entre os anos de 2009 e 2012, que antecedeu a do prefeito Geraldo Julio (PSB). Apesar de ter Marília Arraes como pré-candidata, uma ala do PT sempre defendeu a permanência do partido na Frente Popular e mesmo acatando a decisão do Diretório Nacional em lançar Marília, defende que não haja ataques à gestão do PSB durante a campanha. 

"Qual seria o motivo para a gente romper com a Frente Popular do prefeito Geraldo Julio, do governador Paulo Câmara, se a gente está aliado politicamente com a gestão que cuida das pessoas, uma gestão que tirou Recife do baixo astral que estava quando foi empurrado com aquela gestão de João da Costa para o buraco há oito anos atrás.

O PT ainda mantém quadros nas gestões do PSB em Recife e no governo estadual, a exemplo de Dilson Peixoto como secretário estadual de Desenvolvimento Agrário e Oscar Barreto como secretário municipal de Saneamento.

Armamento da guarda municipal

Á frente da pasta responsável pelas políticas de segurança pública do município, Murilo Cavalcanti rejeita a discussão sobre o armamento da Guarda Municipal do Recife nesse período eleitoral. O tema é pauta de vários pré-candidatos à Prefeitura do Recife no campo da direita.

O Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Recife (SindGuardas) vem realizando sabatinas com os pré-candidatos. Todos os participantes até então, Alberto Feitosa (PSC), Mendonça Filho (DEM), Daniel Coelho (Cidadania) e Patrícia Domingos (Podemos), defenderam armar a guarda. 

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"Eu acho que essa discussão de armar ou não armar a guarda, o momento não é esse agora
para não ficar politizado, para não ficar uma discussão eleitoral. Vamos discutir isso lá na frente. O que a gente tem que fazer agora é o que a prefeitura da cidade do Recife está fazendo, investir em prevenção", disse Murilo Cavalcanti. 

O secretário estabelece como prioridade a política de prevenção à violência, principal atribuição dos governos municipais, que em Recife tem como principal equipamento o Compaz. "Eu aprendi essas lições com Medelin (cidade que inspirou a criação do Compaz) que cabe ao poder público municipal estabelecer políticas nos territórios vulneráveis, com alto índice de violência para que você possa freá-la. Mas a gente investiu na guarda sim, fizemos um Plano de cargos e Carreiras, compramos equipamentos, agora mesmo recebemos através do Ministério da Justiça 17 novas viaturas, melhoramos o salário dos guardas, fizemos um concurso público que colocou mais de 1300 guardas na cidade do Recife", pontuou Murilo. 

Defesa da gestão

Murilo Cavalcanti ainda rebateu mais uma vez as críticas do vereador do Recife Fred Ferreira (PSC) à Prefeitura do Recife na última sexta-feira (7). O oposicionista acusou a gestão de omitir o fato das obras do Compaz Miguel Arraes, localizado na Avenida Caxangá, Zona Oeste do Recife, terem sido financiadas com dinheiro do governo federal, no valor de R$ 3,5 milhões.O prefeito Geraldo Julio é um opositor ferrenho ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem Família Ferreira como apoiadora em Pernambuco. 

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"Estou trazendo esse fato para esta tribuna virtual para mostrar que a Prefeitura do Recife omite esse tipo de informação por questões políticas. O prefeito quer ter o discurso de que o Governo Federal não ajuda a gestão municipal, sobretudo neste que é um ano eleitoral", disse o vereador oposicionista, durante sessão remota da Câmara Municipal do Recife. 

Segundo Murilo, Geraldo Julio nunca escondeu a origem dos recursos. Ele explicou que, na verdade, eles vieram de um projeto chamado "Praça da Juventude" viabilizado ainda no governo da presidente Dilma Roussef (PT). "Eu disse ao ministro Osmar Terra (ministro da Cidadania do governo Bolsonaro) que a Praça da Juventude deveria ser um Compaz e não houve objeção nenhuma. Ele só pediu que fosse feito uma placa para ser colocada lá no Compaz dizendo que era dinheiro do governo federal, que o ministro era ele. Não teve problema nenhum com a gente com isso daí", disse Murilo.

Ainda de acordo com o secretário, o descerramento da placa deve ser realizado em breve, na presença do novo ministro da Cidadania, Onyz Lorenzoni, quando as atividades do Compaz, paralisadas por conta da pandemia da covid-19, forem retomadas.

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O secretário acusou Fred Ferreira de politizar a questão sem necessidade "no lugar de se preocupar com essa pandemia que já matou mais de 100 mil brasileiros e muitos pernambucanos", disparou. Ele repetiu o que havia dito ao Blog de Jamildo na semana passada, de que o vereador faz uso político da religião. 

"Eu não estou aqui atingindo as religiões, tenho muito respeito por católicos, protestantes e evangélicos. Mas o Fred, é tanto que o nome dele não é Fred Ferreira, o nome dele é outro e por oportunismo eleitoral. Nem o nome dele Ferreira tem, mas por uma esperteza, a família ferreira tem representatividade eleitoral no estado de Pernambuco, o cara usa o sobrenome Ferreira para ter resultado eleitoral", argumentou Murilo. 

 

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