Os pré-candidatos de oposição à direita e centro-direita no Recife estão longe de chegar a um consenso sobre uma candidatura única. Mas esta semana um tema foi convergente para ao menos quatro deles. Em sabatinas no Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Recife (SindGuardas), Alberto Feitosa (PSC), Mendonça Filho (DEM), Daniel Coelho (Cidadania) e Patrícia Domingos (Podemos) defenderam a possibilidade de a Guarda Municipal poder atuar portando arma de fogo.
A lei 13.022, de 2014, diz que "aos guardas municipais é autorizado o porte de arma de fogo". "A Guarda Municipal deve ser armada. O problema é uma Guarda Municipal desvalorizada, sem treinamento e subutilizada no seu potencial de proteção do patrimônio público e da defesa do cidadão", disse Mendonça Filho.
>> Pernambuco tem 6,7 milhões de eleitores aptos a votar em 2020, sendo 53,6% mulheres
>> Após apoio do PT local, Marília Arraes segue com agenda de pré-campanha no Recife
>> Coronel Feitosa anda de ônibus e critica o abandono do sistema de transporte público no Recife
>> Às vésperas da definição do MDB no Recife, João Campos vai ao encontro de Jarbas Vasconcelos
>> Marco Aurélio anuncia pré-candidatura à Prefeitura do Recife
O gestão atual, comandada por Geraldo Julio, sempre foi contra arma de fogo para a Guarda Civil. "Recife não pode ficar de fora, ser penalizada, porque o prefeito é adversário do presidente Bolsonaro ou por questões ideológicas", diz o ex-governador do Estado. Em Pernambuco, Petrolina e Olinda já têm guarda armada. No Brasil, São Paulo é a maior cidade a adotar a medida.
A Guarda Municipal do Recife cuida do patrimônio da cidade, faz segurança em locais como parques públicos e escolas. "Usando a experiência de outros países, a escola é o centro da comunidade, a referência positiva de um bairro. Não podemos deixar que a boca de fumo, o ponto de tráfico de drogas seja a referência, tem que ser a escola e a partir da escola a gente possa cuidar dos jovens e criar uma sociedade mais justa, mais equilibrada. E isso se dá retirando a guarda do conceito em que ela é apenas uma guarda patrimonial. Ela precisa estar inserida numa ideia de mais ampla de polícia municipal", defende Daniel.
O pré-candidato do Cidadania afirma, ainda, que "o que a gente observa é uma guarda municipal desvalorizada, mal remunerada, sem o equipamento adequado para fazer o combate à violência e a própria proteção. Com a guarda desarmada, cria-se uma situação em que se coloca em risco o profissional, pois, fardado, ele é um alvo em potencial, e o impede de poder ajudar a população. Para transformar as escolas num ponto de referência é necessário uma guarda municipal armada, corretamente equipada e motivada".
O Recife tem hoje cerca de 2 mil integrantes na Guarda Municipal, dividida em ações relacionadas ao patrimonial, ambiental e trânsito. "Quem vocês acham que pode tratar melhor sobre o assunto, que vai entender mais as dificuldades de vocês? Alguém que já vestiu uma farda, calçou um coturno, que já pegou em arma para defender a sociedade ou os demais candidatos? Então eu acho que a Guarda Municipal do Recife tem a oportunidade de colocar um colega que sabe das dificuldades na Prefeitura do Recife, que entende o que é ser um agente da lei em defesa da sociedade recifense e pernambucana", disse Feitosa ao final da sabatina, segundo registro do Blog de Jamildo.
Pré-candidatos de esquerda e centro-esquerda, como João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), também foram convidados. "Estamos conversando com os pré-candidatos do Recife e buscando alguém que possa nos representar. Gostei muito das respostas do coronel Alberto Feitosa. Ele conhece sobre segurança pública, área da nossa guarda, e mostrou capacidade de diálogo", afirmou ao Blog de Jamildo o presidente do Sindguardas Recife, Pericles Silva.
Comentários