TRF-4

'Tribunal da Lava Jato' anula sentença de Moro e absolve ex-tesoureiro do PT

Penas de outros dez condenados na ação foram mantidas. Foi a segunda sentença de Moro anulada nesta semana

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Agência Estado
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Publicado em 27/08/2020 às 9:57 | Atualizado em 27/08/2020 às 10:03
MARCOS CORRÊA/PR
O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro - FOTO: MARCOS CORRÊA/PR
A Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), responsável pelos processos da Lava Jato na segunda instância, derrubou ontem por unanimidade uma sentença do ex-juiz Sérgio Moro e absolveu o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira e o presidente da empreiteira Construcap, Roberto Ribeiro Capobianco, no processo aberto a partir de provas obtidas na Operação Abismo. Penas de outros dez condenados na ação foram mantidas. Foi a segunda sentença de Moro anulada nesta semana.
No julgamento, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do recurso apresentado pelas defesas dos réus, e os colegas Thompson Flores e Leandro Paulsen inocentaram Ferreira e Capobianco das denúncias por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O ex-tesoureiro petista havia sido condenado a 9 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado e o empresário, a 12 anos de prisão.
 
Em 2016, Ferreira e Capobianco chegaram a ser presos temporariamente no curso das investigações, conduzidas pela força-tarefa da Lava Jato para apurar suspeitas de irregularidades na reforma do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello da Petrobrás (Cenpes), na Ilha do Fundão, no Rio.
 
Os procuradores afirmam que o processo de licitação das obras foi fraudado e que empresas pagaram mais de R$ 39 milhões em vantagens indevidas para a Diretoria de Serviços da estatal e para o PT.
 
Para o advogado Aloísio Lacerda Medeiros, que defende Capobianco, a decisão do tribunal "demonstra o desacerto de alguns julgamentos da Lava Jato em primeira instância". "Bastou que o tribunal analisasse a prova com serenidade e imparcialidade para concluir que Capobianco não praticou nenhum ilícito", afirmou.
 
A reportagem não localizou a defesa do ex-tesoureiro do PT. O ex-juiz Sérgio Moro não havia se manifestado até a publicação desta matéria.
 
Nesta terça-feira, 25, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou uma sentença de Moro no caso do Banestado. A atuação de Moro foi considerada parcial pelos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, que já sinalizaram que podem votar dessa forma em um pedido de suspeição do ex-juiz proposto pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Lava Jato. Previsto para ser julgado até o fim de outubro, o caso do petista também será analisado pela Segunda Turma.

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