Análise

Medo da covid-19 deve aumentar abstenção nas eleições 2020, diz Lavareda

O professor ainda avaliou o protagonismo das mulheres nas eleições do Recife e as candidaturas postas em Olinda, Caruaru e Petrolina; confira

JC
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Publicado em 21/09/2020 às 10:40
EBC
"Quem vai para o trono? O Brasil merece governantes mais decentes" - FOTO: EBC
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O medo da população ao novo coronavírus (covid-19) deve impactar nas eleições 2020. Segundo o cientista político Antonio Lavareda, na ausência de uma vacina, o número de pessoas que preferem pagar uma multa a ir votar deve superar o percentual registrado nas últimas eleições.

"Pesquisa Data Senado já mostra que até 49% da população temem as condições sanitárias da votação. Isso pode afetar, sim, a abstenção. No primeiro turno de 2016, cerca de 25 milhões não votaram. Já em 2018, esse esse percentual foi para 30%. Agora, o medo da pandemia e a ausência da vacina podem contribuir para uma maior abstenção", afirmou Antonio durante o quadro "Corrida Eleitoral", apresentado na Rádio Jornal, nesta segunda-feira (21).

Eleições no Recife

Passado o período de convenções, Antonio Lavareda ainda fez um panorama das candidaturas postas no Recife e destacou o protagonismo das mulheres. "São 11 chapas com oito mulheres presentes (seja como candidata a prefeita ou vice), mostrando protagonismo das mulheres. Além disso, tivemos três surpresas: Túlio Gadêlha não viabilizou a postulação e isso foi bom para João Campos, que conseguiu apoio do PDT; Daniel Coelho desistiu da candidatura e foi um fator surpreendente e bom para Patrícia Domingos, que conseguiu o seu apoio; e a chapa pura com Mendonça Filho e Priscila Krause, que tem excelente imagem na cidade, é uma líder atuante na assembleia e tem o componente paterno, sendo filha do ex-ministro Gustavo Krause. Essas surpresas que devem mexer com os números das pesquisas eleitorais na capital", afirmou Lavareda.

Olinda

A eleição em Olinda ganhou um fator novo com a postulação do ex-prefeito do Recife João Paulo (PCdoB), mas, segundo Lavareda, o cenário de candidaturas pode ficar ainda mais complexo com a entrada dos nomes de Celso Muniz (MDB) e Jorge Federal (PSL) na disputa. "Olinda é uma cidade onde tivemos segundo turno em 2016 com Lupércio perdendo no primeiro e virando no segundo contra Antônio Campos. E tivemos quatro candidatos competitivos, ou seja, com mais de 10%: Antônio Campos, Luciana Santos, Izabel Urquiza e o próprio Lupércio. Agora, o prefeito lidera pesquisas e deve enfrentar João Paulo, mas há possibilidade de a eleição ficar triangular com Jorge Federal, que é do PSL, partido com maior fundo eleitoral, e até quadrangular, com quatro candidaturas competitivas, por conta de Celso Muniz, empresário conhecido em Olinda".

Caruaru

No Agreste, Lavareda avaliou a saída de nomes tradicionais como José Queiroz (PDT) e Tony Gel (PSB) da disputa pela Prefeitura de Caruaru. "Raquel Lyra foi eleita no segundo turno em 2016, e vê que nomes como Tony e Queiroz não participam do pleito. Isso favorece a prefeita, embora com a candidatura de Marcelo Gomes a eleição pode ganhar complexidade já que ele possui apoio de partidos como o PSB, que tem força no Estado, além de Raffiê Dellon, que tem cinco partidos. Esses são os nomes com maiores condições de dificultar e levar a eleição ao segundo turno", avaliou.

Petrolina

Já sobre o maior colégio eleitoral do Sertão, Petrolina, o cientista político destacou a força do atual prefeito da cidade, Miguel Coelho (MDB), na disputa pela reeleição, mas disse que ainda não há nada ganho. "Petrolina terá, pelo menos, menos emoção que no passado. O prefeito reuniu 15 legendas e está muito forte, mas não tem eleição ganha de véspera. Os nomes que podem dificultar são Odacy Amorim (PT) e Julio Lossio Filho (PSD)", concluiu.

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