Eleições 2020

PSB age como a noiva das eleições de 2022, diz Marília Arraes

A candidata a prefeita do Recife Marília Arraes (PT) fez projeções sobre a movimentação política dos partidos nas eleições deste ano tendo em vista o pleito de 2022

Luisa Farias
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Publicado em 22/09/2020 às 22:42
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Programa é um excelente espaço para reforçarmos o nosso projeto de cidade inclusivo e democrático para as pessoas", disse a candidata Marília Arraes, do PT - FOTO: RICARDO LABASTIER/DIVULGAÇÃO
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Eleições 2020 - JC

Durante live da Revista Isto É nas redes sociais nesta terça-feira (22), a candidata a prefeita do Recife Marília Arraes (PT) fez projeções sobre a movimentação política dos partidos nas eleições deste ano tendo em vista o pleito de 2022. A petista avaliou que o PSB tem agido como a "noiva das eleições" de 2022 ao "flertar" com o ex-presidente Lula (PT) e com o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT). 

Marília diz acreditar no impacto da sua eventual vitória nas urnas no cenário político estadual e até mesmo nacional. "Agora a gente tem a oportunidade de ganhar a Prefeitura do Recife e isso vai mudar a conjuntura, não somente aqui de Pernambuco, porque é o mesmo grupo que comanda o governo do estado e a prefeitura, mas também no cenário nacional, porque se você observar o PSB hoje fica como se fosse a noiva das eleições, flerta com Ciro, flerta com Lula, com o PDT, com o PT, mas o coração deles é aqui no estado, ou seja, quando houver uma baixa no poder que tem, eu acredito que eles vão ter que rearrumar o seu tabuleiro de xadrez para negociar 2022", afirmou Marília. 

A nacionalização das eleições municipais é uma estratégia que vem sendo defendida pelo senador Humberto Costa (PT) que, apesar de ter trabalhado para manter o PT aliado ao PSB no estado, comprometeu-se a fazer campanha para Marília Arraes, mas sem focar na oposição aos socialistas. "Temos que, nessa eleição, combater o bolsonarismo e a extrema-direita, buscar o legado do PT, que em quatro administrações mudou a cara do Brasil, portanto, essa deverá uma linha de sucesso nesse enfrentamento que teremos agora", disse o senador na convenção do PT no Recife, no último dia 16. 

Para as eleições de 2020, o PT buscou disputar o maior número de municípios possíveis na tentativa de recuperar a capilaridade do partido no País desde a queda da popularidade em 2016, em parte influenciada pelo impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT). Um balanço preliminar do PT contabiliza 1.600 postulantes às prefeituras neste ano, quase o dobro da eleição passada, que teve 990 nomes. 

Nas capitais, a sigla tem 20 candidaturas próprias e integra coligações de aliados em outras seis. As alianças com outros partidos de esquerda é outra prioridade. O PT vai apoiar partidos aliados em 47 cidades e vai receber apoio em 182. 

>> ''É impossível'', diz Lula sobre a formação de uma frente de partidos de esquerda contra Bolsonaro

Após se mostrar contrário à formação de uma frente de esquerda para combater o governo do presidente Jair Bolsonaro, Lula lançou na última segunda-feira (20) o "Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil", com o objetivo justamente de combater o bolsonarismo, que contou com a colaboração do PSOL, PCdoB, PSB e PDT. 

O lançamento do plano contou com a participação de figuras de outras siglas como o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL). "Não é um plano de um partido político. É o plano de uma nação e pode ser feito por muito mais do que um partido político", afirmou o ex-presidente, que evitou o tema alianças eleitorais. Mas segundo a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, os partidos de esquerda estão articulando por um apoio mútuo no segundo turno das eleições municipais. "Onde o candidato da esquerda for para o segundo turno os outros vão apoiar", afirmou a presidente. 

As conversas para 2022 já começaram e estão sendo feitas a partir das alianças de 2020. Na Paraíba, por exemplo, o PT Nacional resolveu apoiar o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) para a Prefeitura de João Pessoa. "É um companheiro valoroso. Essa é uma aliança para 2020, mas estamos abertos para construir 2022 com o PSB e todos que pensam primeiro no povo", disse Gleisi, no Twitter. 

 

Propostas 

Ainda na live da Isto É, Marília Arraes elencou as suas três prioridades "inegociáveis" para o Recife caso seja eleita prefeita, e que segundo ela devem ser adotadas já no primeiro mês da gestão: obras estruturadoras nos morros, programa de habitação para pessoas que vivem em palafitas e aumento do número de vagas nas creches. "A gente tem uma meta de fazer um programa que possa possibilitar que essas mães tenham tranquilidade para ir trabalhar e ao mesmo tempo as crianças tenham um acompanhamento pedagógico para o seu desenvolvimento", disse.  

Ao abordar o tema da moradia, petista fez críticas à Prefeitura do Recife pelo baixo investimento em habitação. "Não dá para iniciar (a solução do problema de moradia) do jeito que está com a prefeitura investindo 0,7% do orçamento em habitação somente. É praticamente pagar a folha da Secretaria de Habitação, ou seja, a Secretaria de Habitação hoje serve como cabide de emprego, não serve como um meio de implementar políticas públicas que levem a uma moradia digna", afirmou Marília. 

A Secretaria de Habitação do Recife, inclusive, era comandada até recentemente pela candidata a vice-prefeita na chapa de João Campos (PSB), Isabella de Roldão (PDT). De acordo com informações do Portal da Transparência do Recife, a dotação atualizada para a pasta em 2020 é de pouco mais de R$ 32 milhões, enquanto a receita arrecada do município é de R$ 4 bilhões. 

Segundo apontou Marília, da população de 1,6 milhão de habitantes do Recife, cerca de 500 mil vivem nos morros, e desses cerca de 200 mil em áreas de risco. "A gente tem um compromisso nos primeiros dois anos de mandato erradicar no mínimo um terço dos pontos de risco da cidade, monitorar o restante, então essa é a nossa prioridade número um", afirmou a deputada.

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Marília Arraes (PT) - FOTO:RICARDO LABASTIER/DIVULGAÇÃO
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Eleições 2020 - FOTO:JC

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