Na segunda rodada de sabatinas com os candidatos a prefeito do Recife da Rádio Jornal, Charbel (Novo) defendeu, nesta terça-feira (29), uma maior parceria com a iniciativa privada para melhorar a qualidade dos serviços ofertados pela Prefeitura do Recife. Segundo ele, o apoio às iniciativas privadas resolveria problemas que o município não consegue sanar por falta de recursos. Um dos exemplos usados foi a questão do saneamento básico na cidade.
"Por onde eu ando no Recife tem esgoto a céu aberto e ruas sem asfalto. É a forma certa para dar errado. Porque se mistura a lama com o esgoto, chove, aquilo sobe e entra na casa das pessoas. Com o novo marco legal de saneamento básico, o próximo prefeito vai poder abrir uma licitação para contratar empresas que cuidem do saneamento, qualquer empresa pode participar, até mesmo a Compesa. Mas para ganhar a empresa vai ter que mostrar que vai trazer recursos", explicou.
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Após defender a lei 14.026, do marco do saneamento, Charbel disse querer fazer com mais rapidez o que a lei propõe. "Apesar da lei dizer que até 2033, 90% da cidade tem que ter saneamento básico e água tratada, a minha propostas é colocar isso até 2030. Com metas anuais, a gente vai fiscalizar isso. O ano que não for cumprido terá multa", continuou.
Questionado sobre seu plano de governo, que defende a extinção de autarquias como a CTTU (Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano) e Emlurb (Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana), Charbel explicou que pretende "incorporar as funções dessas empresas na administração direta". Mesmo defendendo que o município tenha controle, o candidato frisou que a execução permaneceria com a iniciativa privada.
"O município criou essas empresas para assumir algumas funções da prefeitura. Na minha gestão nós vamos buscar retornar essas funções para a prefeitura. Ela vai praticá-las diretamente. Não é terceirizar essas empresas. A mobilidade já é feita por empresas privadas, mas o que falta é uma fiscalização. Agora a gente vai querer assumir essa responsabilidade do transporte que o Recife abriu mão em 2007. O município vai ficar com a fiscalização do serviço, mas a execução continua com a iniciativa privada".
O candidato ressaltou que, caso eleito, ainda vai dar oportunidades para o Consórcio Grande Recife (responsável pelo transporte público no município), mas caso as regras não sejam cumpridas, a responsabilidade passaria a ser municipal.
"Nós primeiro podemos fazer uma tentativa de fazer o Consórcio funcionar, impondo regras e condições, atendendo a qualidade no transporte. Se o consórcio não atender, vamos tirar o Recife do consórcio e o transporte passa a ser problema municipal, como é feito em muitas capitais do Brasil".
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Centro do Recife
Para otimizar e viabilizar o desenvolvimento no Centro do Recife, Charbel propõe diminuir os entraves que impedem, ou dificultam, a reforma e construção na região. O candidato defendeu a necessidade de atrair as pessoas para morarem no Centro.
"O Centro do Recife tem toda a estrutura de uma cidade. Nós fomos criando leis impedindo a reforma de prédios e foi afastando as pessoas de morar no Centro. As pessoas morando no Centro, o Centro ganha vida e comércio ganha com isso também. Para você construir no Centro do Recife você precisa de várias autorizações ambientais, culturais e isso leva anos para sair. Nós vamos reduzir esse tempo das autorizações. Nós vamos tirar todos esse entraves".
Relacionamento com Bolsonaro
Quando questionado sobre como seria o seu relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) caso fosse eleito, Charbel disse que seria "o melhor possível".
"Precisamos ter uma relação próxima com o governo porque nenhuma capital com o porte do Recife consegue se desenvolver sem o apoio do governo federal. Eu penso no recifense. Eu preciso de uma boa relação com o governo federal por que é de lá que vêm os recursos para cá", afirmou.
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