Candidato a prefeito do Recife e deputado estadual, Coronel Feitosa (PSC), em sabatina da Rádio Jornal desta sexta-feira (2), prometeu que, se eleito, a cidade será "a capital mais segura do Nordeste", e afirmou que cuidará disso diariamente. O candidato também ressaltou que "bandido é bandido, ou respeita vigilante, polícia, guarda, ou tem que levar tiro mesmo".
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Feitosa é um dos postulantes defensores da Guarda Municipal armada. Questionado se o armamento, ao invés de combater a criminalidade, introduz mais armas na sociedade, o candidato justificou fazendo uma comparação com o trânsito. "Recife é a cidade que mais mata no trânsito, dados do SUS. Vamos tirar carro das ruas e acabar com todos os automóveis? Essa não é a realidade", questionou.
O cristão criticou, ainda, que "não pode" ter guardas nas ruas sem armas. "Conversei com eles e disseram que sentem vergonha de não ter a confiança do prefeito que tenha capacidade de arma-los, treina-los e qualifica-los".
O candidato pontuou que o fato "não é ter mais arma circulando, ao contrário". "A segurança pública no meu governo, já que Paulo Câmara não cumpre o papel de assumir, vou assumir. O comandante da guarda vai despachar direto comigo, vou cuidar e, em um ano, Recife será a capital mais segura do Nordeste. Vou cuidar disso diariamente", limitou.
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Na ocasião, Feitosa também contou de uma missão feita quando era tenente-coronel da PM e teve troca de tiros e, perguntado se já havia matado alguém, ele afirmou que não, "mas cheguei a alvejar e faria de novo". "Faço porque, para mim, bandido que atira contra Polícia Militar, Civil, Guarda Municipal e agente de segurança tem que levar tiro e tem dois caminhos, ou se entrega para ir para a cadeia, ou vai levar tiro para ir para o cemitério. Bandido é bandido, ou respeita, ou tem que levar tiro mesmo", enfatizou.
O postulante pontuou que o motivo de ter um maior número de militares se candidatando a cargos políticos é decorrente da maior visibilidade que a classe teve após a eleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por se sentirem representados. "Me recordo que desde 1998 tiveram muitas candidaturas por causa da greve de 1997. Logicamente, fica mais enfatizado quando tem um presidente que tem a bandeira, falando da pátria, família, Deus. Coisas que norteiam a vida de caserna e levou a candidatura não só numericamente de militares, mas também defendendo essa pauta da farda, hierarquia e disciplina".
Sobre o alinhamento com o presidente, Feitosa ressaltou que ambos tiveram a mesma formação. "Ele é militar, eu sou militar. Eu defendo o armamento, a hidroxicloroquina desde o início. Fui o único político pernambucano que escreveu um documento naquele embate com Moro, que ninguém governa governante".
Reviravolta
O parlamentar foi secretário de várias gestões do PSB, na Secretaria de Saneamento do Recife de 2015 a 2018 e de Turismo do Estado em 2010, a convite do ex-governador Eduardo Campos (PSB), que faleceu em um trágico acidente de avião em 2014. No entanto, atualmente integra a oposição ao governo.
Feitosa esclareceu ter saído da situação em 2018, quando foi de encontro a decisão do partido o qual integrava, o Cidadania, e apoiou a candidatura do presidente Bolsonaro. "Votei no presidente no primeiro e segundo turno. Promovi campanhas em prol dele e nunca me filiei ao PT, PSB, PSOL, qualquer sigla de coloração vermelha. Estive na gestão para trabalhar, e trabalhei muito", disse, pontuando algumas ações feitas durante o comando das pastas.
Questionado pelas atitudes "radicalizadas" tomadas de ataque ao PSB, Feitosa disse não se achar "virulento". "É a indignação que permeia o recifense. Tive com o trade turístico na segunda e o que a gente ouve é arrogância, prepotência, perseguição (da atual gestão). Andei na cidade e o taxista reclama da indústria da multa, a arrecadação subiu de 2016, que era R$ 25 milhões, para R$ 98 milhões em 2019. Subiu 300%. Eu tomei um susto. É a indignação da gestão que comprou respiradores para porcos. Daqui a pouco vai ter a sétima visita da Polícia Federal. Não vou me calar. Enfrentei processo de expulsão do meu partido porque disse, lá atrás, que não seguiria essa linha. A questão da virulência é o tamanho da minha indignação", desabafou.
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