POLÍTICA

Alexandre de Moraes é o novo relator do inquérito sobre suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal

O relator do caso era o ministro Celso de Mello, que se aposentou no último dia 12

Thalis Araújo
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Thalis Araújo
Publicado em 20/10/2020 às 21:18 | Atualizado em 20/10/2020 às 21:21
FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
MINISTRO Despachando durante recesso, Moraes dá sinais de que deve decidir sobre habeas corpus - FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

O nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi definido em sorteio pelo sistema eletrônico da Corte para ser o novo relator do inquérito que apura se o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), tentou ou não intervir na autonomia da Polícia Federal. A votação ocorreu depois que o presidente do STF, ministro Luiz Fux, determinou a redistribuição do caso entre os ministros do tribunal.

A decisão atendeu a um pedido feito pela defesa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que também é investigado nesse inquérito. Antes, o relator do processo no STF era o ministro Celso de Mello, que se aposentou do cargo no dia 12 de outubro.

>> Celso de Mello é homenageado em última sessão de colegiado do STF

Pelo andamento normal, os processos do gabinete de Mello devem ser repassados ao substituto dele no cargo. O indicado do presidente Jair Bolsonaro para ocupar a vaga é o desembargador Kassio Nunes Marques, porém o nome precisa ser confirmado pelo Senado. A sabatina com Marques deve acontecer nesta quarta-feira (21).

De acordo com o site G1, a defesa de Sergio Moro disse que a redistribuição seria necessária porque o inquérito é um procedimento urgente.

Relembre o caso

Ao anunciar a sua demissão, no dia 24 de abril, Moro acusou o presidente Bolsonaro de trocar o comando da Polícia Federal para obter informações e relatórios sigilosos de investigações.

"O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência, seja diretor, superintendente, e realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As investigações têm de ser preservadas. Imagina se na Lava Jato, um ministro ou então a presidente Dilma ou o ex-presidente (Lula) ficassem ligando para o superintendente em Curitiba para colher informações", disse Moro sobre a troca de comando da PF.

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