Apesar de afirmar que o foco de sua campanha neste segundo turno será no “debate para convencer as pessoas” de suas propostas de governo e, que não irá ficar “falando mal de ninguém”, o candidato a prefeito do Recife, o deputado federal João Campos (PSB), não poupará críticas sobre o PT ao longo dessa nova fase.
O desafio do socialista é trabalhar pelos votos dos eleitores que escolheram outros candidatos no primeiro turno- além da deputada federal Marília Arraes, que obteve 27,95% dos votos, os outros postulantes somam mais de 40% dos demais votos . “Tudo pode ser transformado, mudado. Teremos tempo de fazer as nossas ideias e projetos chegarem a todos os recifenses”, afirmou Campos.
>> João Campos foca no apoio da Frente Popular do Recife e na campanha de rua
Para esse convencimento, o socialista tem relembrado como era a capital pernambucana nas gestões petistas, fazendo comparativos ao que mudou sob a administração do atual prefeito Geraldo Julio (PSB), nestes quase oito anos à frente da prefeitura. “O Recifense lembra como era o Recife sem o corredor exclusivo de ônibus, lembra como era feita a limpeza urbana. Não tinha upinha, Hospital da mulher e do Idoso. Entre andar para trás e andar para a frente, as pessoas vão escolher andar para frente, vão escolher o futuro”, salientou, em entrevista à Rádio YNterativa, nesta quarta-feira (18).
- Debates do segundo turno no Recife já têm datas marcadas no SJCC
- Coronel Feitosa questiona como Delegada Patrícia vai explicar aos seus eleitores apoio do Podemos a Marília Arraes (PT)
- Anderson Ferreira, reeleito prefeito de Jaboatão, declara apoio à Marília Arraes no segundo turno da eleição do Recife
- Apoios à Marília Arraes não mudam o jogo no Recife, mas não podem ser ignorados, dizem especialistas
- Líder do Governo Bolsonaro, Fernando Bezerra Coelho declara neutralidade no segundo turno das eleições a prefeito do Recife
O prefeiturável acrescentou que a população não quer voltar ao tempo onde as “arengas” do PT eram uma constante. Sobre suas promessas, João Campos disse que era preciso ter responsabilidade, saber fazer conta para alcançar os resultados esperados. “Cuidar de uma cidade não é diferente de cuidar da família. Você ama o seu filho, quer dar o brinquedo que ele pede, mas, às vezes, sabe que os recursos que tem só permitem definir o que é prioridade para o momento. Então, na política, a gente tem que ouvir as pessoas e cuidar deles como se fossem filhos. Temos que ver o que podemos fazer com menos recursos para ajudar mais gente. É preciso ter prioridade na vida”, pontuou.
Seguindo sua agenda de campanha, em sua segunda entrevista do dia, o prefeiturável seguiu com as alfinetadas ao PT e sua candidata a prefeita, Marília Arraes, mesmo sem citá-la diretamente. “Nunca vou mudar de partido por uma conveniência ou um projeto pessoal frustrado”, disparou João à Rádio Folha.
Vale lembrar que a saída de Marília Arraes do PSB, em 2016, mesmo ano em que se filiou à legenda petista, ocorreu em meio a uma série de críticas sobre o modus operandi socialista. A então vereadora do Recife já havia rompido com partido e a família Campos, desde 2014, em virtude do espaço de comando que seria dado a João Campos na Juventude do PSB.
PROPOSTAS
O candidato a prefeito do Recife, elencou algumas de suas propostas voltadas para a economia, como o Crédito Popular e o Desenvolve Recife, para pequenos empreendedores. Caso eleito, Campos afirma que sua prioridade será gerar novos empregos.
“Você não pode identificar problema e apresentar solução em cima da mentira. Isso eu não fiz e nunca vou fazer”, enfatizou. Na área da Educação, o socialista que terá três focos principais: aumentar em 50% o número de vagas em creches, fortalecer o programa de alfabetização na idade certa, e investir na qualificação profissional com o projeto Embarque Digital.
“Não estou aqui para celebrar o que foi feito. Estou aqui para fazer o que falta. Meu compromisso é olhar para o problema e enfrentá-lo. A gente vence problema com capacidade e trabalho”, afirmou o prefeiturável.
Comentários