Eleição municipal

Ibope/JC/Rede Globo: Para 42%, apoio de Lula a um candidato no Recife não aumenta desejo de voto

Confira os dados do levantamento

JC
Cadastrado por
JC
Publicado em 19/11/2020 às 6:34
RICARDO STUCKERT/DIVULGAÇÃO
Marília Arraes e Lula - FOTO: RICARDO STUCKERT/DIVULGAÇÃO

O apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma candidatura no Recife também foi avaliado pela pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, divulgada nesta quarta-feira (18). Questionados se este apoio aumentaria, diminuiria ou não afetaria a vontade de votar, 42% dos entrevistados afirmaram que não afetaria o desejo de votar em alguém.

Hoje, Lula apoia a candidatura de Marília Arraes no Recife, ambos são do Partido dos Trabalhadores (PT). A candidata, inclusive, utiliza a imagem do ex-presidente em propagandas, além de haver a especulação sobre uma possível vinda dele ao Recife para algum ato com sua aliada.

>> Pesquisa Ibope mostra que o caminho de João Campos será muito difícil para bater Marília Arraes

>> Ibope/JC/Rede Globo: Marília aparece numericamente à frente, mas empatada no limite da margem de erro com João no Recife

Na visão de Ernani Carvalho, professor associado do departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a influência de Lula não tem impacto crucial no segundo turno do Recife. Para Carvalho, hoje, a imagem do ex-presidente como cabo eleitoral sofre o impacto de condenações que o petista sofreu na Operação Lava Jato. 

"Dá para considerar que esse percentual de 32% é um percentual significativo. Mas, eu acho que quem apoia Marília por causa de Lula, já vinha fazendo isso desde o primeiro turno. O grande celeiro de votos que os dois candidatos vão ter que buscar está no espectro da centro-direita, porque os 60% dos votos válidos foram praticamente divididos entre Marília e João, mas 40% dos votos ficou entre a proposta de Mendonça Filho e a Delegada Patrícia. É nesse nicho que os candidatos vão ter que preparar as suas estratégias para disputar esses eleitores. Portanto, nesse caso, acho pouco provável que Lula tenha influência nessa perspectiva", destacou.

Outros 32% do eleitorado afirmaram que "aumentaria muito" a vontade de votar em um candidato apoiado pelo ex-presidente e 16% responderam que esse apoio "diminuiria muito". Os eleitores que afirmam que o apoio de Lula aumentaria pouco e diminuiria pouco somam, 4%, cada. Além destes, 1% não sabe ou não respondeu.

Para o cientista político Arthur Leandro, da UFPE, o segundo turno não é mais o momento para Marília Arraes explorar a imagem do ex-presidente. "Interessante destacar que os votos que serão disputados são basicamente os votos que estavam na centro-direita, são os principais contingentes numéricos do volume de votos depositados. Esses eleitores rejeitam Lula. Então, talvez, a melhor posição para Marília, do ponto de vista de construção de imagem, seja se apresentar como alternativa ao eventual governo João Campos, que é continuidade de Geraldo Julio e, não, explorar a ideia que é pessoa de Lula, pois quem vota nela já é atento a isso, os outros que precisam ser conquistados tendem evitar ao saber disso. O melhor é dizer ser contra João e contra a estagnação econômica da cidade", afirmou.

A cientista política Priscila Lapa, da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho) aponta que mesmo após a prisão, Lula mantém um ânimo entre parcela do eleitorado. "Não há dados precisos, mas podemos associar o crescimento de Marília Arraes à medida que foi se assumindo como candidata do PT. É como se o eleitor de esquerda estivesse um pouco confuso, sobre duas candidaturas que já foram aliados no passado, sem distinção clara entre PT e PSB. À medida que ela foi se posicionando, ela foi crescendo. As pesquisa e o resultado do primeiro turno revelou um pouco isso. E temos que avaliar se isso já não é uma resposta ao movimento contrário de 2018, quando houve uma onda conservadora. Provavelmente, a campanha vai trazer Lula como um nome forte a prestar credibilidade. Já se comprovou a força que isso tem no Recife, e pode decidir a eleição", disse.

Intenção de voto

A candidata Marília Arraes lidera numericamente as intenções de voto no segundo turno da disputa eleitoral pela Prefeitura do Recife. De acordo esta primeira rodada da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo para o segundo turno, a petista aparece à frente do seu adversário João Campos (PSB), com 45% das intenções de voto. O candidato socialista, por sua vez, tem 39%. Levando-se em consideração a margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, os postulantes estão tecnicamente empatados no limite da margem de erro.

Comentários

Últimas notícias