O vereador do Recife João da Costa (PT), que não conseguiu se reeleger na eleição de 2020, lançou uma nota, na tarde desta segunda-feira (23), afirmando que "diante dos ataques ao legado das nossas gestões e ao PT", reafirma compromisso com a defesa da candidatura de Marília Arraes a prefeita da capital pernambucana.
João da Costa faz parte da ala do PT que preferia uma aliança com o PSB no Recife ao invés de lançar Marília. Agora, ele aponta que a vitória de Marília Arraes "é a sinalização para derrotar o bolsonarismo em 2022".
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Sem citar a campanha de João Campos (PSB), adversário de Marília no segundo turno, João da Costa afirma que "campanhas que despolitizam e atacam o PT de forma a desqualificar o processo democrático, minam a democracia e não ajudam a combater o bolsonarismo".
Cartazes de campanha, que estão disponíveis nas redes sociais do vereador, possuem apenas a foto de João da Costa, sem menção a Marília Arraes. João também não esteve na inauguração do comitê da candidata no primeiro turno.
Confira a nota de João da Costa:
"Quem conhece minha vida sabe que sempre tive uma relação profunda com o PT. Milito no Partido desde sua fundação até os dias de hoje, fazendo com que minha estória de vida e de participação política se confunde com a do PT. Durantes as três gestões do PT no Recife, contribui decisivamente, sendo oito anos como Secretário e quatro como Prefeito, para a construção de um legado que mudou a cidade, principalmente a vida dos mais pobres. Priorizando sempre a participação popular, através do Orçamento Participativo, um programa que revolucionou a participação das pessoas nas decisões políticas da cidade.
Mesmo em 2012, quando fui de maneira injusta impedido de ser candidato à reeleição pelo Partido, mantive-me fiel por sua contribuição à democracia e às mudanças realizadas pelos governos Lula e Dilma. Em 2016, quando João Paulo foi candidato a prefeito pelo PT, mesmo diante das diferenças estabelecidas, apoiei sua candidatura. Nestas eleições, não tem sido diferente. Desde o primeiro turno orientei a todos que me apoiaram a defender a candidatura do nosso Partido, neste momento representada pela companheira Marília Arraes.
Agora, no segundo turno, diante dos ataques ao legado das nossas gestões e ao PT, reafirmamos o nosso compromisso com a defesa de Lula, de Dilma e da nossa candidata Marília Arraes. Campanhas que despolitizam e atacam o PT de forma a desqualificar o processo democrático, minam a democracia e não ajudam a combater o bolsonarismo. A vitória da chapa PT/PSOL, formada por Marília Arraes e João Arnaldo, é a sinalização para derrotar o Bolsonarismo em 2022."
Anderson Ferreira
O prefeito reeleito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), gravou um vídeo de apoio à Marília Arraes, também na tarde desta segunda-feira (23). "Anunciei meu apoio à Marília por entender ser o melhor para o Recife. Nos últimos dias, o desespero tem tomado conta dos adversários. Uma verdadeira campanha do ódio buscando dividir o Recife através de fake news e tentando manipular a fé das pessoas."
Anderson criticou a postura do PSB e de seu candidato no Recife, João Campos. "É o retrato da inexperiência, do despreparo e da imaturidade. O Recife vai saber escolher o seu caminho, caminho de paz. É preciso respeitar as mulheres e o Recife."
Humberto Costa
Outra liderança que saiu em defesa de Marília Arraes foi o senador Humberto Costa. Ele fez uma série de postagens no seu Twitter nesta segunda-feira (23), em que rechaçou ataques contra o PT. Na semana passada, foram colados vários cartazes apócrifos
O petista disse lamentar a forma como a eleição do Recife esteja sendo conduzida. "O PT - pela sua história, pelo seu legado e por tudo que já fez pelo Recife - não merece esse tipo de ataque desleal, preconceituoso e mentiroso que vem sofrendo", disse Humberto.
Eu lamento profundamente que a campanha pela Prefeitura do Recife esteja se desenrolando em um nível tão rasteiro. O PT - pela sua história, pelo seu legado e por tudo que já fez pelo Recife - não merece esse tipo de ataque desleal, preconceituoso e mentiroso que vem sofrendo.
— Humberto Costa (@senadorhumberto) November 23, 2020
Segundo Humberto, a postura de ataque ao PT fere o campo progressista e dificulta futuras alianças em 2022 para se opor à "direita fascista". Ainda de acordo com ele, assim como a extrema-direita está contra o Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo e Manuela D'Ávila (PCdoB) em Porto Alegre, ambos candidatos que passaram para o segundo turno, a mesma sistemática é feita contra o PT "e nossa candidata @MariliaArraes, a quem presto minha solidariedade", afirmou Humberto.
Em Porto Alegre, contra @ManuelaDavila, e em São Paulo, contra @GuilhermeBoulos, é a extrema-direita que desfere o mesmo tipo de ataque que aqui atinge o PT e nossa candidata @MariliaArraes, a quem presto minha solidariedade.
— Humberto Costa (@senadorhumberto) November 23, 2020
Por fim, o petista afirma que até o próximo domingo (29), é possível elevar o nível do debate. "Perder uma eleição, mesmo para um partido aliado, é do jogo democrático. Perder o fair play na política, não", disse, referindo-se ao PSB, sem citar nomes.
O PT e o PSB retomaram sua aliança em Pernambuco nas eleições de 2018, depois da retirada da candidatura de Marília Arraes (PT) ao Governo de Pernambuco. Humberto Costa foi eleito senador na chapa encabeçada pelo governador Paulo Câmara (PSB). No Recife, o partido integrava o alto escalão da administração até a saída de Oscar Barreto da Secretaria Municipal de Saneamento no mês de outubro, quando a campanha já havia começado, prometendo que não daria trégua para a campanha de Marília "que não tem cor e lado", disse, à época.
Oscar e Humberto, assim como João da Costa, integram o grupo que foi a a favor da manutenção da aliança com o PSB e se opôs ao lançamento de candidatura própria do PT no Recife. Mas, durante a campanha, Humberto se aproximou de Marília através do seu filho, Henrique Costa (PT), então candidato a vereador.
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