Tribunal Superior Eleitoral

Parecer livra chapa de Bolsonaro e Mourão de cassação no TSE

O processo investiga abuso do poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social

Estadão Conteúdo
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Publicado em 03/12/2020 às 8:46 | Atualizado em 03/12/2020 às 9:39
VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
A chapa é alvo de quatro ações que aguardam julgamento na Corte eleitoral - FOTO: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
Em parecer enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, afirmou que as provas colhidas até agora não justificam a cassação do presidente Jair Bolsonaro e do seu vice, Hamilton Mourão, por supostas irregularidades cometidas na última campanha presidencial. A vitoriosa chapa na disputa pelo Palácio do Planalto em 2018 é alvo de quatro ações que aguardam julgamento na Corte eleitoral. Brill de Góes pediu que esses processos tramitem de forma conjunta e sejam julgados simultaneamente, devido à conexão dos fatos investigados.
 
"Pelo conjunto probatório produzido nos autos, conclui-se pela não comprovação de eventual gravidade dos ilícitos narrados, de modo a macular a legitimidade e a normalidade das eleições, o que afasta o pedido de cassação do diploma", escreveu Góes, que considerou "esquálido" o conjunto de provas coletados até agora. E apontou que "inexistem elementos concretos de participação ou anuência" de Bolsonaro e Mourão em supostos atos abusivos que estão sob investigação.
 
 
A manifestação de Góes foi feita dentro de uma ação movida pela coligação "Brasil Soberano" (liderada por Ciro Gomes na corrida presidencial de 2018). A ação também investiga o empresário Luciano Hang e sócios de empresas de informática e mídia digital.
 
O processo, assim como outros três que aguardam julgamento no TSE, investiga abuso do poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social envolvendo a contratação de empresas para disparo em massa de conteúdo eleitoral no aplicativo WhatsApp.
 
O vice-procurador-geral eleitoral destacou que, ao longo das investigações, o WhatsApp informou ao TSE a existência de contas registradas que "praticaram comportamento anormal" durante o mês de outubro de 2018, justamente quando foi realizado o primeiro e o segundo turno.
 
"É absolutamente relevante o teor da informação prestada pela WhatsApp INC., que noticia a detecção de comportamento anormal, indicativo do envio automatizado de mensagens em massa por parte das empresas SMSMarket Soluções Inteligentes Ltda. e Yacows Desenvolvimento de Software Ltda., bem como da pessoa física de William Esteves Evangelista (sócio da SMS Market) - o que, inclusive, levou ao banimento dessas contas."
 
A partir das informações do WhatsApp, Góes pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Luciano Hang e das empresas que estão na mira do TSE, 1º de julho a 30 de novembro de 2018. Os pedidos ainda serão analisados pelo relator dos casos, o ministro Luis Felipe Salomão.
 

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