"QUASAR"

Operação da PF apura desvio de recursos destinados à construção de postos de saúde em Salgueiro, no Sertão de Pernambuco

A ação, que conta com o apoio do Ministério Público Federal (MPF), investiga ainda fraudes em licitações

Marcelo Aprígio
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Marcelo Aprígio
Publicado em 15/12/2020 às 7:13
Tomaz Silva/Agência Brasil
Batizada de "Quasae", a operação foi deflagrda, em Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, na manhã desta terça-feira (15) - FOTO: Tomaz Silva/Agência Brasil
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A Polícia Federal (PF), com o apoio do Ministério Público Federal (MPF), deflagrou a Operação Quasar, em Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, na manhã desta terça-feira (15). A ação visa combater uma organização criminosa responsável por fraudes em licitações e suposto desvio de recursos públicos na Prefeitura de Salgueiro que deveriam ser utilizadas na construção de unidades básicas de saúde e outras obras de infraestrutura na cidade.

Ao todo, a ação, que conta com a atuação de 20 policiais, cumpre sete mandados de busca e apreensão em imóveis de pessoas físicas, sedes de empresas e na Prefeitura de Salgueiro. Entre os alvos das ordens judiciais estão um secretário municipal e um vereador eleito. As medidas também estão sendo cumpridas em endereços dos suspeitos na cidade de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

"Com a análise dos materiais apreendidos, novos nomes podem surgir, e não se descarta a realização de uma nova fase dessa operação. Ações como essa visam coibir e responsabilizar todos os envolvidos nesse esquema de corrupção e desvios de verbas públicas, para que fatos como esses não se repitam. Principalmente, quando envolve verbas destinadas à saúde, que é extremamente importante e vital para a população", afirmou o chefe de comunicação da Polícia Federal em Pernambuco, Giovani Santoro.

Modus operandi

As investigações que deram origem à “Quasar” tiveram início em 2019 com o objetivo de desarticular o grupo, cujo modus operandi se dava com o vencimento das licitações por uma empresa considerada “de fachada” pela PF. Isso porque, ela não possuía estrutura logística para realizar as obras contratadas. Por isso, a execução das obras era “repassada” a outra empresa que tinha vínculo com pessoas ligadas a um ex-vice-prefeito de Salgueiro e a um secretário municipal.

As somas dos valores dos contratos sob investigação giram em torno de R$ 3 milhões. Assim, se condenados, os suspeitos, que não tiveram a identidade revelada pela PF, podem chegar a ficar 16 anos presos.

O que diz a prefeitura

Por meio de nota, a Prefeitura de Salgueiro afirmou que “sempre colaborou integralmente com todas as ações de fiscalização dos órgãos de controle externo, atuando com total lisura e eficiência, tendo a convicção que ao final dessa ação fiscalizatória, ficará comprovado o correto uso dos recursos públicos.”

A administração municipal disse ainda que os processos de licitação investigados pela PF estão dentro da legalidade e ocorreram cumprindo as exigências da lei. “inclusive com a prestação de conta das obras objetos dos contratos que incluem a construção de duas Unidades Básicas de Saúde no município”, diz o texto.

A prefeitura lembrou ainda que, no ranking nacional de transparência, esteve nos últimos quatro anos, em constante destaque no reconhecimento às práticas de responsabilidade, evidenciando a absoluta transparência. “Desta forma, a administração ressalta que segue no comprometimento com a verdade e que continua à disposição de todos os órgãos de controle para esclarecer o que for necessário”, conclui a nota.

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