PANDEMIA

Governadores cobram cronograma de vacinação contra covid-19; Ministério da Saúde ainda não confirmou data

A expectativa era de que houvesse definição sobre o início da imunização, mas o governo só voltou a afirmar que espera começar ainda em janeiro deste ano

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Estadão Conteúdo, Douglas Hacknen

Publicado em 05/01/2021 às 21:04 | Atualizado em 05/01/2021 às 21:39
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Em reunião virtual com o secretário de vigilância do Ministério da Saúde (MS), Arnaldo Medeiros, governadores de diversas regiões do Brasil cobraram da pasta o cronograma de vacinação contra a covid-19. A expectativa era de que houvesse definição sobre o início da imunização, mas segundo os gestores, o ministério não confirmou uma data. Até então, o governo se prepara para iniciar a imunização em 20 de janeiro com a chegada de doses prontas da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, oriundas da Índia.

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"Nossa expectativa era de que houvesse alguma definição. A reunião foi até estressante. Cobramos uma data e não nos foi fornecida. Quando chegam os insumos? Quando começa a vacinação? O secretário disse que iria levar nossa demanda ao ministro Pazuello", disse o governador do Piauí, Wellington Dias, à jornalista Andréia Sadi.

Wellington Dias informou ainda que propôs para a próxima segunda-feira (11) uma agenda conjunta entre a cúpula do Congresso, do STF e o Ministério da Saúde para discutir com as fabricantes e a Anvisa um calendário nacional de vacinação. "O Brasil está ficando no final da fila. Há um atraso inexplicável", disse.

Na reunião, o secretário Arnaldo Medeiros disse que o ministério vai comprar todas as vacinas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e adotará critérios igualitários para a distribuição de doses aos estados. Ele relatou também esperar que o País conte com 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em conjunto com a empresa farmacêutica AstraZeneca no primeiro trimestre.

O MS informou que participaram da reunião os gestores Wellington Dias (Piauí), Ronaldo Caiado (Goiás), Helder Barbalho (Pará), Waldez Góes (Amapá) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul). 'O ministério vai comprar todas as vacinas autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e adotará critérios igualitários para a distribuição de doses aos estados', completou Medeiros.

Bolsonaro discute plano de imunização e compra de insumos

A estratégia de imunização contra a covid-19 no País foi tema de reunião entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello e o presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (5). O chefe do Executivo esteve nesta tarde na sede da pasta em visita técnica para atualizações sobre o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. Ele também foi informado sobre as negociações de compra de imunizantes e as expectativas de aquisição de seringas e agulhas.

Como o Broadcast Político/Estadão mostrou, o governo fez uma requisição de estoques excedentes de agulhas e seringas na indústria nacional. Após uma tentativa frustrada de adquirir os itens no último dia 29, o governo espera a entrega de 30 milhões de unidades em janeiro. Além da requisição dos estoques, o governo federal também restringiu a exportação dos produtos e deve retirar impostos para a importação.

O Ministério da Saúde se prepara para iniciar a imunização em 20 de janeiro com a chegada de doses prontas da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, oriundas da Índia. O imunizante será importado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que para tal estima custo total de R$ 56 milhões. O início da campanha depende ainda da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Representantes da Fiocruz se reuniram com membros da agência reguladora nesta terça-feira, 5, mas o laboratório ainda não solicitou a permissão. A previsão é apresentar o pedido até o fim desta semana. Em meio às pressões pela falta de um calendário de vacinação, o Ministério da Saúde espera, no melhor dos cenários, iniciar ainda neste mês uma vez que a Anvisa autorize o uso da vacina.

De acordo com a pasta, na reunião de hoje Bolsonaro também foi atualizado sobre "informações de casos confirmados da covid-19 no Brasil em comparação com outros países, assim como óbitos causados por essa doença categorizados por regiões do território nacional, idade, presença de comorbidades e curvas epidemiológicas ao longo do período de 2020".

Na visita desta tarde, Bolsonaro estava acompanhado do ministro Fábio Faria, das Comunicações, do advogado-geral da União, José Levi, e do ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. Mais cedo, o Itamaraty afirmou que não há proibição do governo da Índia para a importação de doses da vacina da AstraZeneca. Segundo a pasta, a negociação para importação está em "estágio avançado".

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