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Eduardo da Fonte minimiza queixa por mais espaço nas gestões do PSB: 'É natural que haja na política algumas DRs'

Presidente do PP-PE reuniu-se com o governador Paulo Câmara na terça-feira (12)

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Luisa Farias

Publicado em 13/01/2021 às 17:43 | Atualizado em 13/01/2021 às 18:35
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Depois de queixas por falta de espaço do PP no governo de Pernambuco e na Prefeitura do Recife, que culminou em uma visita ao governador Paulo Câmara (PSB) no Palácio do Campo das Princesas, na terça (12), para "aparar arestas", o deputado federal e presidente do PP-PE minimizou qualquer divergência entre os dois partidos no estado. Ele esteve no Palácio novamente nesta quarta (13) para acompanhar o seu correligionário Arthur Lira - candidato à Presidência da Câmara dos Deputados - em viagem ao Recife para buscar apoio da bancada pernambucana. 

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"Nós temos uma relação histórica com o PSB. Desde 2006, quando chegamos a Câmara Federal, que o partido acompanha a nível estadual os governos do PSB e é natural que haja na política algumas DRs, discutir a relação. Isso é importante para engrandecer o debate também no estado de Pernambuco e para que a gente possa contribuir com o desenvolvimento de Pernambuco", afirmou o deputado ao JC.

Eduardo da Fonte queixou-se publicamente na semana passada do espaço oferecido ao PP na formação do secretariado do prefeito do Recife João Campos (PSB). O partido foi contemplado com a Secretaria Municipal de Habitação, assumida por Maria Eduarda Médicis, mas a pasta cobiçada na realidade era a de Saneamento, ocupada por Oscar Barreto (PT) no governo de Geraldo Julio (PSB) e, atualmente, por Érika Moura. 

O discurso de Eduardo, endossado pelo líder do PP na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Clóvis Paiva, era de que esse espaço reservado ao partido nas gestões do PSB não era proporcional ao seu tamanho. O partido é a segunda maior bancada na Câmara do Recife, com 4 parlamentares (Andreza Romero, Chico Kiko, Eriberto Rafael e Michelle Colins). Na Alepe, também é a segunda maior bancada, com 11 deputados estaduais. Nas eleições de 2020, foi o terceiro com o maior número de prefeitos eleitos, 17, atrás do PSB (53) e MDB (23).

"Nós temos hoje representatividades em todas as regiões do estado de Pernambuco. Isso faz com que a gente também receba demandas de todo o estado e essas demandas são repassadas para o governo estadual e o governo federal, para que a gente possa atender os anseios da população do estado de Pernambuco", ressaltou Eduardo da Fonte ao JC nesta quarta. 

No Governo de Pernambuco, a sigla está de olho na Secretaria de Desenvolvimento Agrário, que é da cota do PT, partido que ensaia a saída do governo mas ainda não dá sinais de que terá uma definição a curto prazo. O PDT, que já a ocupou a pasta no primeiro governo de Paulo Câmara com Wellington Batista (PDT) e o Avante, presidido pelo deputado federal Sebastião Oliveira, também querem indicar o secretário. O PP hoje ocupa a Secretaria de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas com Clóvis Benevides. 

Devido a esse imbróglio, Eduardo Fonte esteve com o governador em uma reunião com o objetivo de acalmar os ânimos. Também participaram do encontro o presidente PP no Recife, Lula da Fonte, o secretário da Casa Civil, José Neto, e Clóvis Paiva. Nos bastidores do PP, o entendimento é de que, apesar de não ter havido nenhuma definição sobre espaços, a reunião com o governador foi o suficiente para afastar a possibilidade do PP entregar cargos nos governos estadual e municipal, o que chegou a ser ameaçado por Eduardo da Fonte. 

Questionado sobre o que ficou definido na reunião com o governador, o presidente do PP-PE limitou-se a dizer que o assunto ainda está em "processo de construção". "É uma forma do partido colaborar com a gestão, trazendo os recursos do governo federal, trabalhando com os deputados que representam todas as regiões do Estado de Pernambuco. Foi uma conversa tranquila, como sempre bastante amigável e propositiva para o desenvolvimento do estado", afirmou.

O governador já informou que o mês de janeiro servirá para conversas com os partidos aliados para então definir eventuais mudanças no primeiro escalão. "Nós temos o mês de janeiro para nos dedicarmos sobre esse assunto. As questões serão resolvidas com muito diálogo e buscando o melhor para Pernambuco", afirmou o governador no dia 4 de janeiro à Rádio CBN Recife.

 

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