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Projeto permite que mães amamentem seus filhos durante prova de concurso público

Alepe fez enquete sobre projeto de lei que, além de permitir amamentação, proíbe eliminação da prova física por motivo de gravidez

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Luisa Farias

Publicado em 19/01/2021 às 18:29
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Enquanto não retorna do recesso legislativo em 1º de fevereiro, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) lançou mais uma enquete para saber a opinião da população sobre os projetos de lei que tramitam na Casa. A enquete lançada nesta terça-feira (19) é a respeito de um projeto que impõe regras de proteção a grávidas e lactantes ao concorrerem a concursos públicos no estado, a fim de evitar qualquer tratamento discriminatório a essas mulheres na realização de provas escritas e práticas. 

O projeto de Lei Ordinária nº 1678, de autoria do deputado estadual Gustavo Gouveia, assegura o direito de mães de crianças com até seis meses de idade amamentarem seus filhos durante a realização da prova. As mães interessadas precisarão fazer uma solicitação prévia junto à organização do concurso. 

A mãe deve indicar um acompanhante para ficar responsável pela guarda da criança. Ele terá acesso ao local da prova até o horário de fechamento dos portões e ficará em uma sala reservada próxima ao local de aplicação da prova. A amamentação pode ser feita, sempre que necessário, pelo período máximo de 30 minutos por filho, que será compensado no tempo previsto para a realização da prova. A mãe será acompanhada por uma fiscal do sexo feminino para o local de amamentação. 

O projeto também proíbe a eliminação ou exclusão da prova física por motivo de gravidez. As avaliações físicas são uma etapa dos concursos públicos para funções que exigem esforço físico, como é o caso de policiais militares e bombeiros. A candidata grávida poderá solicitar a remarcação do exame, com prazo de 120 dias a um ano depois do término da gravidez. 

Para solicitar a remarcação, será preciso comprovar a gravidez por meio de atestado ou declaração de um profissional médico ou de uma clínica.

Na justificativa do projeto, o deputado aponta a "a situação de vulnerabilidade de mulheres grávidas e lactantes em razão das limitações físicas decorrentes da gestação e dos cuidados que devem ser deferidos à criança recém-nascida", o que motiva a existência de uma legislação que garanta a sua proteção. 

"Mais especificamente, em relação à lactante, busca-se disciplinar o direito à amamentação do filho com até 6 (seis) meses de idade durante a realização das provas e avaliações, como forma de resguardar a bem-estar da criança e a tranquilidade da própria mãe. Por outro lado, em relação à gestante, o projeto de lei atenta especialmente para as provas de avaliação física, quando, não raras vezes, a mulher se vê tolhida de concorrer em igualdade de condições", diz trecho da justificativa. 

O projeto foi encaminhado para as comissões de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ); Administração Pública; Saúde e Assistência Social; Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular e Defesa dos Direitos da Mulher. 

Enquete

Na sessão de enquetes do site da Alepe, a população pode dar sua opinião sobre como avalia esse projeto de lei entre três alternativas: "Garante isonomia", "Cria privilégios" ou "Não tenho opinião formada". A enquete fica no ar até o dia 28 de fevereiro. O resultado da enquete não interfere na sua aprovação ou não no plenário da Casa, mas serve como um termômetro sobre o que pensa a população sobre temas do seu interesse. 

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