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Dilma recusa convite de Doria para evento em defesa de vacinação contra covid-19

A ex-presidente considerou "inaceitável furar a fila" da vacinação contra o novo coronavírus

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Douglas Hacknen

Publicado em 21/01/2021 às 23:04 | Atualizado em 21/01/2021 às 23:04
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A ex-presidente do Brasil, afastada via impeachment, Dilma Rousseff (PT), informou nesta quinta-feira (21), que recusou o convite do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para ser vacinada contra a covid-19. A imunização ocorreria em um evento marcado para o dia 25 de janeiro. Dilma disse não querer ser vacinada, pois não faz parte do grupo prioritário desta primeira fase.

"É inaceitável 'furar a fila', que deve ser estritamente respeitada por todos os brasileiros", afirmou. "Agradeço, mas diante das circunstâncias, tenho o dever de recusar a oferta, por razões éticas e de justiça." 

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Ao UOL, a assessoria do governo de São Paulo informou que o convite é para um evento em defesa da vacinação, e não para que os convidados sejam vacinados. Segundo a petista, o convite feito por João Doria era para que ela recebesse a dose do imunizante CoronaVac em Porto Alegre.

No comunicado, Dilma alegou que considera "imprescindível" que os trabalhadores da área da saúde e os idosos sejam priorizados.

Nota do Governo de São Paulo

O governador João Doria convidou os ex-presidentes da República para um ato em defesa da vida e da importância da vacina contra o novo coronavírus, no dia do aniversário da cidade de São Paulo (25/1), no Palácio dos Bandeirantes. O evento vai defender a importância da imunização contra a covid-19. Ele terá caráter humanitário e apartidário. Os ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer já confirmaram presença. O primeiro participará remotamente. Foram convidados ainda os ex-presidentes Fernando Collor, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que ainda não responderam ao convite.

Nota da ex-presidente Dilma

Recebi o convite do governador de São Paulo para ser vacinada com a Coronavac no dia 25 de janeiro, em Porto Alegre. Agradeço, mas diante das circunstâncias tenho o dever de recusar a oferta, por razões éticas e de justiça. O Plano Nacional de Vacinação deve ser respeitado e, se é certo que a vacinação já começou, não há montante de vacinas disponível para que eu, agora, seja beneficiada. É inaceitável “furar a fila”, que deve ser estritamente respeitada por todos os brasileiros. Neste momento, considero imprescíndivel que sejam atendidos, de acordo com o Plano, primeiramente os trabalhadores da área da saúde que estão na linha de frente da luta contra a Covid19, além dos idosos que vivem em asilos e o grupo de idosos brasileiros mais expostos ao risco de adoecer gravemente ou morrer. Aguardarei pacientemente a minha vez e quero adiantar que já estou com o braço estendido para receber a Coronavac.

Faço questão de prestar tributo à contribuição do SUS, do Butantan e da Fiocruz, que são tão importantes e estratégicos para a saúde pública no Brasil e para o desenvolvimento das vacinas. Denuncio todos aqueles que, ao longo dos últimos anos, tentaram destruí-los, seja por restrição de recursos orçamentários, seja por visão preconceituosa, como ficou claro na saída dos médicos cubanos, seja por defender propostas privatistas.

Enalteço o trabalho dedicado dos epidemiologistas, biólogos, infectologistas, pesquisadores e servidores do sistema SUS, em especial da Fiocruz e do Butantan, cuja qualidade é reconhecida internacionalmente. Estendo estas homenagens e agradecimentos a todos os que se dedicam a combater esta pandemia que, por desleixo e desuminadade do governo federal, já roubou a vida de mais de 210 mil pessoas e está matando brasileiros até mesmo por falta de oxigênio. Por fim, reconheço e saúdo a solidariedade e a atitude humanitária do governo chinês, que proporcionou a parceria entre o Estado São Paulo/Butantan e o laboratório Sinovac para a importação e a fabricação das vacinas em nosso país. É uma vitória da cooperação entre os povos e da ciência e uma derrota do negacionismo.

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