Despesas
Bolsonaro afirma que houve redução de despesas com alimentação nos últimos anos
O presidente citou dados das despesas com gêneros alimentícios dos dois últimos anos do governo de Dilma Rousseff e da gestão de Michel Temer, que teriam gasto R$ 460 mil e R$ 250 mil, respectivamente
Na esteira da polêmica sobre os gastos do governo com alimentação no ano passado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo diminuiu despesas com esse tipo de item nos últimos anos. Acompanhado do ministro Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União (CGU), Bolsonaro concedeu entrevista à rádio Jovem Pan e disse que a Presidência da República gastou R$ 26 mil em dois anos de governo.
O presidente citou dados das despesas com gêneros alimentícios dos dois últimos anos do governo de Dilma Rousseff e da gestão de Michel Temer, que teriam gasto R$ 460 mil e R$ 250 mil, respectivamente. No último domingo, reportagem do portal Metrópoles, mostrou que os gastos de toda a administração federal com alimentação em 2020 somaram mais de R$ 1,8 bilhão. A compra ganhou repercussão pelos altos valores despendidos com itens supérfluos, como mais de R$ 15 milhões em leite condensado.
Após a polêmica, Wagner Rosário comentou que recebeu do presidente a orientação de "varrer todos os sistemas" do governo para checar os valores disponibilizados.
Na entrevista, Rosário destacou que não houve "ilegalidade" nos gastos do governo e, em tom de crítica, afirmou que houve "interpretação equivocada" dos dados disponibilizados no sistema Painel de Compras, do Ministério da Economia.
Segundo ele, os dados do painel mostram o que o governo licitou, e não o que de fato comprou. Ele admitiu ainda que a plataforma agrupa itens e pode replicar valores.
Em nota divulgada hoje, o Ministério da Defesa informou que, em relação às compras com leite condensado, "o valor total gasto pelas Forças Armadas, em 2020, foi de R$ 1.784.617,64".
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Sobre a redução nos gastos do governo mencionada por Bolsonaro, Wagner Rosário destacou que os gastos do Executivo têm sido mais "criteriosos" e afirmou que o aumento de gastos obrigatórios limita outras possibilidades de despesa em razão do teto de gastos - que limita o crescimento de gastos à variação da inflação. "Temos o teto de gastos, mas o piso continua subindo e achatando os gastos", disse.
Bolsonaro reconheceu ainda que ficou "chateado" a repercussão da notícia sobre os gastos com comida e leite condensado. Ontem, 27, durante almoço em uma churrascaria, ao lado de ministros, políticos aliados e cantores sertanejos, Bolsonaro xingou a imprensa pela divulgação dos gastos.
"A gente fica chateado. Acabo de vez em quando explodindo, isso é do meu comportamento, não adianta falar que vou mudar que não vou, mas tudo bem, vamos tocar o barco, vamos em frente", acrescentou.