CÚPULA DA CÂMARA

Arthur Lira convoca reunião da Mesa Diretora da Câmara após prisão do deputado Daniel Silveira

Além da reunião da Mesa Diretora, Lira convocou também uma reunião com o Colégio de Líderes da Câmara

Imagem do autor
Cadastrado por

Marcelo Aprígio

Publicado em 17/02/2021 às 9:57 | Atualizado em 17/02/2021 às 10:44
Notícia
X

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocou uma reunião da Mesa Diretora da casa para as 13h desta quarta-feira (17). O objetivo é debater a prisão, ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ).

O anúncio do presidente da Câmara vai no mesmo sentido do que havia afirmado na noite de terça, quando disse que todas as decisões referentes ao caso seriam tomadas de forma colegiada. Além da reunião da Mesa Diretora, Lira convocou também uma reunião com o Colégio de Líderes da Câmara.

O presidente já havia pedido "serenidade" após a prisão de Silveira. Entre a noite de terça e a madrugada de quarta, Lira afirmou ter consciência de suas responsabilidades com a "Instituição e a Democracia" e disse que qualquer decisão será tomada pelo Plenário da Casa.

Nos bastidores, integrantes da Mesa têm afirmado que a ideia da reunião é tomar um primeiro posicionamento sobre a prisão e começar a debater o melhor momento para a sessão. A expectativa é de que a Casa aguarde a sessão do STF nesta tarde que deverá referendar a decisão de Moraes.

Cobranças de bolsonaristas

Após a ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes contra Silveira - motivada por um vídeo do parlamentar com apologia ao Ato Institucional 5 (AI-5) e discurso de ódio contra os integrantes da Corte - o presidente da Câmara foi cobrado por deputados bolsonaristas, que pediram medidas enérgicas de Lira contra a decisão. O pepista chegou ao comando da casa com apoio público do presidente da República, Jari Bolsonaro (sem partido) e seus aliados no parlamento.

O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) cobrou uma reação de Lira contra o ministro, a quem chamou de ditador. Jordy também chamou Moraes de "vagabundo". "Acabei de falar com o deputado Daniel Silveira e fiquei sabendo que sua prisão foi ordenada pelo vagabundo do Alexandre de Moraes por ele ter feito uma live criticando o Ministro Fachin. Não iremos recuar! Espero que o Presidente Arthur Lira aja (sic) com postura contra esses ditadores", escreveu. E completou, em outra publicação: "Chegou a hora do Legislativo mostrar que tem grandeza. Nem maior nem menor que o judiciário, igual tamanho", completou.

Acabei de falar com o deputado @danielPMERJ e fiquei sabendo q sua prisão foi ordenada pelo vagabundo do @alexandre de Moraes por ele ter feito uma live criticando o Ministro Fachin. Não iremos recuar! Espero q o Presidente @ArthurLira_ haja com postura contra esses ditadores!

— Carlos Jordy (@carlosjordy) February 17, 2021

Outro parlamentar carioca a cobrar uma reação à prisão do deputado foi Otoni de Paula (PSC-RJ). Aliado do presidente Jair Bolsonaro, de Paula pediu uma convocação imediata do plenário da Câmara e disse que o ato do "déspota" - como chamou Alexandre de Moraes - quebra a "falsa harmonia entre os poderes".

Os parlamentares - acompanhados por outros apoiadores do presidente - também questionaram o fato da prisão em flagrante ter sido consumada mediante mandado. "Se houve um mandado, não houve flagrante. Se há flagrante, não há necessidade de mandado", escreveu a deputada Carla Zambelli (PSL-SP).

Alguns parlamentares, porém, além de exigirem a soltura do deputado, cobraram também punição ao ministro Alexandre de Moraes. É o caso do deputado Filipe Barros (PSL-PR). "Ou a Câmara dos Deputados reage a essa arbitrariedade cometida pelo Alexandre de Moraes, revogando a prisão ilegal e adotando todas as medidas cabíveis contra o Alexandre de Moraes, ou o parlamento brasileiro estará de joelhos ao frequente abuso de poder do referido ministro", publicou.

Tags

Autor