Coronavírus

''Infelizmente, o governo federal tem atrapalhado'', diz Paulo Câmara sobre o combate à covid-19 no Brasil

Declaração do governador foi dada no dia em que Pernambuco atingiu a maior média móvel de casos de infecção por covid-19 desde o início da pandemia

Renata Monteiro
Cadastrado por
Renata Monteiro
Publicado em 19/03/2021 às 14:28
REPRODUÇÃO/GOVERNO DE PERNAMBUCO
Governador de Pernambuco, Paulo Câmara - FOTO: REPRODUÇÃO/GOVERNO DE PERNAMBUCO
Leitura:

Em entrevista à CNN na manhã desta sexta-feira (19), o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que o governo federal, além de não coordenar as ações que serão adotadas pelos Estados e municípios no combate à covid-19, ainda atrapalha o enfrentamento à doença no Brasil. Hoje, Pernambuco atingiu a maior média móvel de casos de infecção por covid-19 desde o início da pandemia. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, mais 2.211 casos da doença e 51 mortes foram confirmados nas últimas 24 horas.

"Infelizmente, o governo federal não tem feito uma coordenação (das ações). Pelo contrário, tem atrapalhado todo o processo que nós estamos implantando nos Estados e municípios quando espalha fake news, quando coloca tratamentos que a ciência já mostrou que não funcionam, quando desdenha de muitas das ações que estão sendo feitas. E todo mundo vê que nós estamos com um recorde de mortes em todos os Estados. O Brasil, que está passando por um momento tão difícil, não cuida do que tem que cuidar. Todo governante tem que cuidar do que é essencial, e no momento o é essencial é preservar as vidas das pessoas", observou o governador.

De acordo com Paulo, atualmente a ocupação de leitos de terapia intensiva específicos para pacientes com covid-19 já chega a 96% em Pernambuco. Durante a entrevista, o governador explicou que esta foi a razão pela qual, desde a última quinta-feira (18), medidas de restrição mais severas entraram em vigor no Estado.

>> Com mais 2.211 confirmações, Pernambuco bate recorde na média móvel de casos da covid-19

>> Fila de espera por internação em Pernambuco: pacientes graves chegam a aguardar horas por vaga em UTI de covid-19

>> Covid-19: Brasil tem 287,5 mil mortes e 11,78 milhões de casos

>> Vacinados contra a covid-19 no Brasil chegam a quase 11 milhões, 5,19% da população

>> PTB entra com mandado de segurança contra quarentena em Pernambuco

"Nós estamos há três semanas com um crescimento exponencial tanto no número de casos quanto na procura por leitos covid, principalmente leitos de UTI. E todos sabemos que quando se inicia um processo de aceleração como o que nós estamos vivendo aqui em Pernambuco e em várias regiões no Brasil, é importante intensificar as medidas restritivas. É por isso que desde ontem, dia 18, nós estamos funcionando com apenas alguns serviços mais básicos, como alimentação, farmácias e alguns outros, fazendo uma ampla campanha para as pessoas ficarem em casa. Até o dia 28 está proibido, inclusive, frequentar parques, praias. A gente está buscando justamente que o vírus diminua a circulação aqui em Pernambuco, para que a gente possa, ao longo dos próximos dias e semanas, ter condições de atender melhor a população e evitar o que a gente vem evitando desde o início, que é o aumento do número de óbitos", pontuou Paulo Câmara.

O gestor estadual mencionou, ainda, os esforços que têm sido feitos para aumentar a oferta de leitos de UTI no Estado e não descartou aumentar ainda mais as restrições em Pernambuco. "Nós estamos trabalhando com duas frentes, uma é a de abertura de leitos, já abrimos 300 leitos nos últimos 20 dias e já dispomos de mais de 1300 leitos de UTI. Estamos com a expectativa de, até o final de março, abrir mais 300 leitos, então estamos saindo de uma situação de 1000 leitos antes desse maior aumento de casos para 1600. Estamos fazendo medidas restritivas justamente de setores que aglomeram mais, estamos permitindo a abertura apenas dos setores que aglomeram menos e tentando, com essas medidas que vão até o dia 28, fazer com que a curva de crescimento da doença diminua, estabilize ou até consiga ter êxito maior. Porque com esse fechamento e abertura de leitos, nós teremos uma situação de regulação que vai nos permitir atender a população que fique doente. Se o quadro não melhorar nas próximas duas semanas, a gente vai ter que preservar o que é de maior valor, que é a vida, e teremos que tomar medidas mais duras", disparou o governador.

Comentários

Últimas notícias