Pandemia

Covid-19: após um ano de pandemia, Bolsonaro anuncia comitê para coordenar ações

Ao longo da pandemia, Bolsonaro protagonizou embates com governadores, em especial, por divergir de medidas de fechamento de setores econômicos e de distanciamento social

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Estadão Conteúdo

Publicado em 24/03/2021 às 12:38 | Atualizado em 24/03/2021 às 12:39
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Mais de um ano após o início da pandemia de covid-19, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira, 24, a criação de um comitê para coordenar ações no Brasil contra a doença. A formação do grupo foi definida em reunião do presidente da República com os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), do procurador-geral da República, Augusto Aras, governadores e ministros.
Após reunião com chefes dos Poderes, Bolsonaro afirmou que uma coordenação e um comitê de acompanhamento do combate à crise sanitária serão criados e envolverão os chefes estaduais. Bolsonaro afirmou que o enfrentamento à pandemia sem conflito e sem politização é o caminho para sair da crise.
"Mais do que harmonia, imperou a solidariedade e a intenção de minimizarmos os efeitos da pandemia. A vida em primeiro lugar", disse em pronunciamento à imprensa no Palácio da Alvorada após o encontro. "Resolvemos, entre outras coisas, que será criado uma coordenação junto aos governadores com o senhor presidente do Senado Federal. Da nossa parte, um comitê que se reunirá toda a semana com autoridades, para decidirmos ou redirecionarmos o rumo do combate ao coronavírus", afirmou.
Ao longo da pandemia, Bolsonaro protagonizou embates com governadores, em especial, por divergir de medidas de fechamento de setores econômicos e de distanciamento social. Na reunião de hoje, apenas governadores aliados ao governo federal compareceram.
O presidente reforçou que o governo está focado na vacinação em massa da população, mas manteve o discurso pelo tratamento precoce de covid-19. Segundo Bolsonaro, o novo ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, analisará alternativas quanto ao possível tratamento precoce da doença, uma das defesas do presidente desde o início da pandemia, mas que não tem comprovação científica de sua eficácia.
"Tratamos também da possibilidade de tratamento precoce, isso fica a cargo do ministro da Saúde, que respeita o direito e o dever do médico off label tratar os infectados. É uma doença como todos sabem, ainda desconhecida", disse. "Uma nova cepa, ou um novo vírus, apareceu e nós, obviamente, cada vez mais, nos preocupamos em dar o atendimento adequado a essas pessoas", acrescentou Bolsonaro.
"Não temos ainda um remédio", citou. "Mas, a nossa união, o nosso esforço, entre os três Poderes da República, ao nos direcionarmos para aquilo que realmente interessa - sem que haja qualquer conflito, qualquer politização da solução do problema - creio que essa seja realmente o caminho para o Brasil sair dessa situação bastante complicada que se encontra", declarou.

Harmonia

Na fala ao final da reunião, Queiroga destacou que a reunião foi caracterizada pela "harmonia" entre os Poderes e o fortalecimento do sistema de saúde por meio da articulação entre União, Estados e municípios.
"O sistema de saúde do Brasil trará as respostas que a população brasileira quer", disse o ministro. "Sobretudo, depois de uma reunião como essa, onde toda a nação se une através dos chefes dos Poderes para que cumpramos o nosso dever como poder público, e consigamos o apoio e o respeito da sociedade civil", completou.
As autoridades não responderam perguntas. Antes de falarem, o secretário especial de Comunicação, almirante Flávio Rocha, anunciou que por conta do horário não haveria espaço para perguntas e que os questionamentos deveriam ser direcionados a Secretaria Especial de Comunicação Social.
 

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