'Essa coisa do PT com o PSB é meio esquizofrênica. Eles se agridem, se afastam, depois se juntam', diz Armando
O ex-senador também disse ter certeza que, caso a aliança entre as duas siglas se consolide, a deputada federal Marília Arraes deve marchar junto às forças de oposição do Estado em 2022
O ex-senador Armando Monteiro (PSDB) classificou como "esquizofrênica" a relação entre o PT e o PSB, que ensaiam uma reaproximação depois de terem se afastado politicamente em 2020, muito por conta da eleição do Recife. A declaração do tucano é da manhã desta segunda-feira (19), dada durante entrevista à Rádio Caruaru FM.
"Essa história do PT e do PSB é curiosa. A cada eleição eles se juntam, depois se afastam. Lembre-se que na reeleição da presidente Dilma (Rousseff, PT), o PSB apoiou Aécio Neves (PSDB), contra Lula (PT). Vamos lembrar que o PSB lutou pelo impeachment de Dilma. E vamos também lembrar, num episódio mais recente, que na eleição do Recife o PSB agrediu os quadros do PT, espalhou uma versão de pânico, como se o PT fosse voltar a dominar o Recife, afrontando essas alianças históricas, investindo contra o próprio presidente Lula, e agora, ao que parece, eles voltam a conversar. É curioso porque essa coisa do PT com o PSB é meio esquizofrênica. Eles se agridem, depois se afastam, depois se juntam. Vamos aguardar como vai ficar esse cenário", disparou Armando.
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Em 2020, o ex-parlamentar apoiou Mendonça Filho (DEM) para prefeito do Recife no primeiro turno e Marília Arraes (PT) no segundo, aliança que inclusive lhe custou sua filiação ao PTB, partido que hoje é totalmente ligado ao bolsonarismo. Questionado sobre o futuro de Marília, Armando disse ter certeza que a petista marchará ao lado da oposição caso PT e PSB confirmem que estarão juntos nas urnas.
"Eu tenho certeza que Marília Arraes vai estar, de algum modo, também integrada às forças de oposição ao PSB aqui no Estado. Do mesmo modo que ela esteve afastada do seu próprio partido, que não quis apoiá-la, tenho certeza que ela não estará junto do PT de Pernambuco se ele resolver apoiar a candidatura do PSB aqui no Estado", declarou o tucano, ressaltando ter "grande apreço" pela deputada e que não se arrepende de ter estado ao lado dela nas eleições municipais.
Na entrevista, o ex-ministro de Dilma também reafirmou que não votará no ex-presidente Lula nem no presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, e disse aguardar a consolidação de um nome de centro para apoiar nacionalmente no próximo pleito.