Vacina

Líder da oposição em Pernambuco diz que ''pode ter havido'' favorecimento ao Recife na vacinação por parte do governo do Estado

Deputado estadual Antonio Coelho (DEM) questiona favorecimento, segundo ele, da Prefeitura do Recife por conta da ampliação do público-alvo na capital pernambucana

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Luisa Farias

Publicado em 29/04/2021 às 17:04 | Atualizado em 29/04/2021 às 19:30
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Em meio a críticas de prefeitos pernambucanos ao início da vacinação contra a covid-19 dos profissionais da educação acima de 40 anos exclusivamente no Recife, o líder da oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Antonio Coelho (DEM), questionou um suposto favorecimento da capital pernambucana com relação ao avanço das etapas de vacinação dos grupos prioritários. 

"Começa a se suscitar dúvidas de que Recife está sendo privilegiado. Houve essa mesma preocupação lá atrás. O Governo do Estado deu garantias que esse não era o caso, mas quando a gente vê de novo que essa medida foi tão mal comunicada, a gente começa a achar que pode ter havido (favorecimento) sem justificativa nenhuma", afirmou Antonio Coelho ao JC. 

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O deputado se refere a relatos de insatisfação de prefeitos pernambucanos quando Recife anunciou o início da vacinação de pessoas com 70 anos ou mais, conforme notificou o Blog de Jamildo em 18 de março. Os prefeitos se disseram pressionados pela população dos seus municípios para o avanço das fases de vacinação no mesmo ritmo da capital pernambucana. 

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Na época, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) encaminhou nota ao JC informando que o Programa Estadual de Imunização faz a distribuição "de forma equânime" das doses para todos os municípios do estado e tem como critério a "base de cálculo populacional dos grupos prioritários feito pelo próprio Ministério da Saúde". 

Sobre a inclusão dos profissionais da educação no plano de vacinação do Recife, Antonio Coelho vai na mesma linha do seu irmão, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), ao citar uma reunião realizada na última terça-feira (27) entre secretários municipais de saúde, Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o Governo de Pernambuco em que ficou acordado que os municípios só poderiam começar a vacinação de outros grupos quando todos os profissionais da saúde recebessem o imunizante. 

"O governo diz que os municípios têm autonomia para definir as suas prioridades. Mas que história é essa? Você acaba colocando as categorias dos professores contra os seus gestores por acharem que é decisão deles não vacinar os professores, muito pelo contrário, a maioria esmagadora quer vacinar logo para que a gente possa voltar às aulas com segurança", argumentou o parlamentar. 

O deputado defendeu o tratamento igualitário à população do estado e criticou a postura do Governo de Pernambuco com relação à Prefeitura do Recife.  "Um recifense é tão pernambucano como uma caruaruense, petrolinense. Todos os pernambucanos devem ser tratados de forma igual, mas uma coisa que gera preocupação é que a Prefeitura do Recife está quebrando os entendimentos firmados pelo governo do estado e o governo sem tem autoridade de peitar, vai deixando acontecer, isso é muito ruim porque quebra a hierarquia", disse. 

Por meio de nota enviada na quarta (28), a SES-PE reafirmou que faz a distribuição equânime das doses aos municípios e o avanço nas etapas, seguindo os parâmetros do Plano Nacional de Imunização (PNI), "é possível de acordo com a realidade de cada território, a disponibilidade de doses e, principalmente, a organização do processo de vacinação, minimizando as perdas de doses e monitorando a evasão do público". 

A deputada estadual Priscila Krause (DEM), por sua vez, defendeu a necessidade de se observar os critérios de proporcionalidade para distribuição das vacinas. "O que precisa ser explicado é porque essa diferença de você atingir mais rápido um público alvo do que outros municípios. A gente quer que todo mundo receba (a vacina), quanto mais gente receber melhor, mas o critério tem que ser muito transparente e muito justo para você não deixar grupos vulneráveis descobertos, para não ter um fura fila institucionalizado", apontou a deputada. 

Os outros municípios receberam proporcionais às suas populações. O que precisa ser explicado é porque essa diferença de você atingir mais público alvo do que outros municípios, a gente quer que todo mundo recebe, quanto mais gente receber melhor, mas o critério tem que ser muito transparente e muito justo para você não deixar grupos vulneráveis descobertos, para não ter um fura fila institucionalidade.

Secretaria municipal

Também através de nota encaminhada na quarta-feira (28) ao Blog de Jamildo, a Secretaria de Saúde  do Recife informou que a inclusão dos profissionais da educação na atual fase de vacinação foi possibilitada pelo recebimento de 24.190 doses da vacina AstraZeneca na última sexta-feira (23), somada à expectativa de chegada de outras 45.900 mil doses nesta quinta (29). 

Ainda de acordo com a secretaria, a decisão de ampliar o público-alvo foi fruto de debate com membros do MPPE e do Ministério Público Federal, e vai ocorrer em paralelo para os profissionais da educação e para "o grupo de recifenses com comorbidades, que será anunciada nos próximos dias", diz nota. 

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