Greve

Teresa Leitão pede volta de negociação do Governo de Pernambuco com professores em greve

Professores da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco estão em greve desde o dia 19 de abril. Em assembleia realizada na terça (11), decidiram manter a paralisação

Luisa Farias
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Publicado em 13/05/2021 às 20:27
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ALEPE "O que os professores querem é vacina no braço", disse Teresa - FOTO: ALEPE
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A greve dos professores da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco foi tema de discurso da deputada Teresa Leitão (PT) na sessão remota desta quinta-feira (13) da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A deputada pediu o apoio dos deputados para viabilizar a retomada das negociações entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) e o Governo de Pernambuco. Ela informou, inclusive, que encaminhou um ofício ao governador Paulo Câmara (PSB) na quarta (13) fazendo essa solicitação. 

A greve dos professores de Pernambuco foi deflagrada em 19 de abril. Os grevistas se recusam cumprir as atividades presenciais, e seguem com as aulas remotas normalmente. A categoria é contra a retomada das aulas presenciais em meio à pandemia da covid-19 sem a vacinação dos trabalhadores da educação contra a doença. 

Não há registro do número de professores que estão aderindo a greve, mas a estimativa é que apenas 10% da categoria - composta por cerca de 30 mil professores - não esteja dando aulas presenciais.

"Essa greve não é no sentido trabalhista propriamente dito, da reivindicação por salário ou por melhores condições de trabalho, embora isso seja pauta frequente e legítima do sindicato. É uma greve denominada “Greve pela Vida”, porque ela é contra a volta das aulas presenciais em um momento que a pandemia não está controlada. Ninguém quer deixar de trabalhar, ninguém quer deixar de dar aulas. Quer se continuar como trabalho remoto, como vem sendo feto", afirmou Teresa Leitão. 

Em mais uma assembleia da categoria na última terça-feira (11) com cerca de 700 professores, o Sintepe decidiu manter a greve, com o apoio de 62% dos participantes. Opinaram pela suspensão da greve 33,5% dos presentes e houve uma abstenção de 4,4% deles. 

O governo estadual entrou com um pedido de liminar para suspender a greve antes mesmo dela ser deflagrada. No sábado (17), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) acatou o pedido declarou a greve ilegal, com multa de R$ 200 mil por dia no caso de descumprimento.

Teresa classificou a conduta do governo como "estranha". "A greve foi decretada em uma quinta-feira para ser deflagrada em uma segunda e no sábado, ela já estava judicializada. um processo de posicionamento da Justiça da ilegalidade da greve. Isso gerou, evidentemente, um recurso por parte do sindicato, que está instado a pagar uma multa de R$ 200 mil/dia. O governo tinha pedido R$ 300 mil, a Justiça achou tão alta que baixou para R$ 200 mil, mas continua alta", disse. 

Por fim, ela condenou a reabertura das escolas sem as condições sanitárias mínimas, segundo ela. "O que os professores querem é vacina no braço. Se a gente chegar ao denominador comum em relação a questão da vacina dos trabalhadores de educação, certamente nós poderemos ter um desfecho negociado e consensual para que as aulas continuem a ser dadas, executadas, com todo o esforço, com todo o sacrifício que a gente sabe que existem mas que estão cumprindo o seu papel, serem dadas de forma remota. Aulas presenciais só quando a gente tiver a devida segurança sanitária. Porque a escola é um lugar de vida e a gente não pode negar isso", finalizou a deputada. 

Repercussão

O deputado estadual José Queiroz (PDT) mostrou-se endossou o pleito apresentado pela deputada, assim como em relação à vacinação de outras categorias. "(sou) Solidário com aqueles mototaxistas, ou os donos de transporte coletivo popular, como toyotas e vans, porque eles têm contato direto da população e poderiam ter a prioridade de vacinação. Sou solidário como fui com os bancários, porque eles estão em contato direto com a comunidade”, afirmou o pedetista. 

A Secretaria de Educação de Pernambuco afirmou que não se pronunciaria sobre o discurso de Teresa Leitão. Mas, de acordo com a pasta, estão sendo realizadas rodadas de negociações no âmbito do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). 

 

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