ELEIÇÕES 2022

Para o PSB, candidatura posta por Lula ainda não define o cenário eleitoral para 2022

Nesta terça-feira (20), Lula afirmou em entrevista para o jornal francês ‘Paris Match’, que será candidato contra o presidente Jair Bolsonaro. Dentro do PSB existem defesas por uma candidatura própria, e apoios divididos entre o PT e o PDT, do ex-governador do Ceará Ciro Gomes

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Mirella Araújo

Publicado em 20/05/2021 às 20:19 | Atualizado em 20/05/2021 às 20:22
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A batida de martelo em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022, não mudará o ritmo das conversas feitas pelo PSB, ao menos oficialmente. O presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro, Carlos Siqueira, afirmou que o líder petista tem o “direito de se apresentar como candidato” e procurar alianças para se alinhar a esse projeto. “No PSB o momento é de conversas e de prospecção com as diferentes forças que têm nos procurado. Vamos adotar uma posição quando for conveniente, que não é neste momento”, declarou Siqueira, ao JC.

Nesta terça-feira (20), Lula afirmou em entrevista para o jornal francês ‘Paris Match’, que será candidato contra o presidente Jair Bolsonaro. Dentro do PSB existem defesas por uma candidatura própria - com  um nome considerado “outsider”- , e  apoios divididos entre o PT e o PDT, do ex-governador do Ceará Ciro Gomes. “Ninguém pode negar que a consolidação da candidatura do presidente Lula passa por duas etapas, primeiro a consolidação da relação política. E o segundo momento, lá na frente, é a questão eleitoral propriamente dita, isso vai ocorrer em 2022. Nada impede que cada um dos partidos possa apresentar candidato, mas o PSB não tem essa posição firmada”, comentou o deputado federal e líder do PSB na Câmara, Danilo Cabral.

O discurso dentro do partido é que Lula se colocar como candidato não quer dizer que a conjuntura nacional contra o bolsonarismo esteja resolvida. “O processo daqui até lá é um exercício de diálogo, de construção de alianças com uma base e pilares bem fundamentados, que representa a contemplação de espaços e que todos se sintam respeitados”, afirmou Cabral. “Não somos adversários entre si, nosso adversário é o presidente Bolsonaro, o que nos impõe a obrigatoriedade de conversarmos. Não pode haver nenhum tipo de atitude hegemônica”, acrescentou.

O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) acredita que “uma entrevista não pode, razoavelmente, implodir uma estratégia”. “A do PSB é ajudar a construir uma frente ampla contra o obscurantismo bolsonarista. É um dever de todo e qualquer democrata. E qualquer candidato, quer dos que ora estão colocados ou dos que poderão surgir, só terão alguma chance se estiverem num projeto coletivo, de frente ampla e democrática”, avaliou o socialista.

Em Pernambuco, considerado o estado estratégico para o PSB, o presidente Lula fez diversos acenos minimizando inclusive, a disputa acirrada entre a deputada federal Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB). “Não faço política olhando coisas erradas, mas as coisas boas. O PSB lançou candidatura contra mim duas vezes, e não perdi a amizade“, disse em entrevista à Rádio Folha, nesta quarta-feira (19). Ele deverá vir ao Estado nas próximas semanas para fazer conversas pontuais com lideranças partidárias, incluindo o governador Paulo Câmara. 

Líder do Governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual Isaltino Nascimento, reforça que os partidos estão na mesma faixa ideológica e que existe uma realidade histórica e muito próxima entre as legendas. “É natural que se tenha esse sentimento de unidade política. O desafio é construir uma frente ampla, anti bolsonarista. O Brasil está morrendo com a pandemia”, declarou Isaltino.

O PSB tem como candidato natural o ex-prefeito do Recife e secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, enquanto o PT ainda não definiu se terá candidatura própria, apesar de a deputada federal Marília Arraes ter iniciado agendas pelo Estado, dando indícios de que já está se movimentando de olho na corrida eleitoral de 2022.

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