Ricardo Barros

Bolsonaro não pode mais ser criticado por aglomerar, diz líder do governo após protestos

Ricardo Barros ainda classificou as manifestações como uma antecipação da eleição presidencial de 2022

JC
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Publicado em 30/05/2021 às 18:08
VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
AGENDA Barros disse que Câmara deve votar ainda programa de empregos - FOTO: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
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Líder do governo federal na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP) afirmou que, por conta do protesto do sábado (29), a esquerda não terá argumentos para criticar aglomerações promovidas por Jair Bolsonaro.

Ainda de acordo com ele, ficam esvaziadas as críticas feitas na CPI da Covid-19 no Senado Federal às aglomerações que o presidente participou. "Foi muito útil que tenham feito isso. Criticam de forma tão convicta as mobilizações do presidente e de repente fazem a mesma coisa. Pelo menos este assunto fica superado", disse o deputado.

Barros ainda minimizou o tamanho das manifestações, ao dizer que elas "não preocuparam". "Não conversei com o presidente [sobre os atos]. Eu mesmo não achei que foi grande coisa", afirmou.

Opositores de Bolsonaro fizeram manifestações em mais de 200 cidades do País contra a condução do governo na pandemia da covid-19 e a favor da vacina contra a doença. No Recife, o ato no centro da cidade acabou com disparos de balas de borracha e gás de pimenta Polícia Militar contra os manifestantes. Duas pessoas que não participavam do ato foram atingidas com balas de borracha nos olhos e estão internados Hospital da Restauração (HR) com risco de perder a visão. 

2022

Ricardo também classificou as manifestações realizadas em todo o Brasil contra Bolsonaro como uma espécie de antecipação da eleição presidencial de 2022. Com isso, segundo Barros, começa a disputa entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PP).

"A polarização está consolidada. A terceira via vai se dividir em muitas candidaturas. Como se diluem as candidaturas, a tendência é Lula e Bolsonaro no segundo turno", afirmou ao jornal Folha de S. Paulo.

Críticas

Não só Ricardo Barros, mas outros bolsonaristas tem reverberado a tese de que a esquerda perdeu o argumento ao realizar manifestações ao ar livre. 

"O tal #29M serviu para comprovar o que sempre falamos aqui: a esquerda só critica aqueles que vão as ruas porque não consegue levar quase ninguém para as ruas", disse o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). 

"A maior propaganda gratuita que o Bolsonaro pode ter é o PT colocar essas bizarrices nas ruas novamente", afirmou o ministro das Comunicações, Fábio Faria. 

O deputado federal Marco Feliciano (Republicanos-SP) chamou as manifestações de "pífias e vergonhosas". "A oposição fez realmente o isolamento. Marcou a passeata e ninguém foi", afirmou à Folha de S. Paulo.

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), disse sentir falta do "polo moderado" se manifestar. Para ele, que é um dos líderes do Centrão, esse polo "é o maior e se decepcionou com os extremos". "Ainda não está mobilizado e não sei se estará por falta de uma plataforma e de um líder", disse à Folha de S. Paulo. 

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