Líder do governo federal na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP) afirmou que, por conta do protesto do sábado (29), a esquerda não terá argumentos para criticar aglomerações promovidas por Jair Bolsonaro.
Ainda de acordo com ele, ficam esvaziadas as críticas feitas na CPI da Covid-19 no Senado Federal às aglomerações que o presidente participou. "Foi muito útil que tenham feito isso. Criticam de forma tão convicta as mobilizações do presidente e de repente fazem a mesma coisa. Pelo menos este assunto fica superado", disse o deputado.
- Ato com aglomeração contra Bolsonaro no Recife é dispersado pela polícia com balas de borracha e gás de pimenta
- Vereadora presta queixa após polícia disparar spray de pimenta contra ela em protesto contra Bolsonaro no Recife
- Imprensa internacional destaca protestos de rua contra Bolsonaro
Barros ainda minimizou o tamanho das manifestações, ao dizer que elas "não preocuparam". "Não conversei com o presidente [sobre os atos]. Eu mesmo não achei que foi grande coisa", afirmou.
Opositores de Bolsonaro fizeram manifestações em mais de 200 cidades do País contra a condução do governo na pandemia da covid-19 e a favor da vacina contra a doença. No Recife, o ato no centro da cidade acabou com disparos de balas de borracha e gás de pimenta Polícia Militar contra os manifestantes. Duas pessoas que não participavam do ato foram atingidas com balas de borracha nos olhos e estão internados Hospital da Restauração (HR) com risco de perder a visão.
2022
Ricardo também classificou as manifestações realizadas em todo o Brasil contra Bolsonaro como uma espécie de antecipação da eleição presidencial de 2022. Com isso, segundo Barros, começa a disputa entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PP).
"A polarização está consolidada. A terceira via vai se dividir em muitas candidaturas. Como se diluem as candidaturas, a tendência é Lula e Bolsonaro no segundo turno", afirmou ao jornal Folha de S. Paulo.
Críticas
Não só Ricardo Barros, mas outros bolsonaristas tem reverberado a tese de que a esquerda perdeu o argumento ao realizar manifestações ao ar livre.
"O tal #29M serviu para comprovar o que sempre falamos aqui: a esquerda só critica aqueles que vão as ruas porque não consegue levar quase ninguém para as ruas", disse o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
O tal #29M serviu para comprovar o que sempre falamos aqui: a esquerda só critica aqueles que vão as ruas porque não consegue levar quase ninguém para as ruas.
— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) May 30, 2021
Daí restava a eles mentir dizendo que não o faziam por conta da pandemia. Ontem mais uma máscara caiu... pic.twitter.com/bJwNWUqkjn
"A maior propaganda gratuita que o Bolsonaro pode ter é o PT colocar essas bizarrices nas ruas novamente", afirmou o ministro das Comunicações, Fábio Faria.
A maior propaganda gratuita que o Bolsonaro pode ter é o PT colocar essas bizarrices nas ruas novamente.
— Fábio Faria ???????????????????????? (@fabiofaria) May 30, 2021
O Brasileiro precisa rememorar essa turma que estava escondida dentro de casa e só destilando ódio pelas redes sociais.
O Brasil agora é verde e amarelo!????????Vermelho nunca mais!
O deputado federal Marco Feliciano (Republicanos-SP) chamou as manifestações de "pífias e vergonhosas". "A oposição fez realmente o isolamento. Marcou a passeata e ninguém foi", afirmou à Folha de S. Paulo.
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), disse sentir falta do "polo moderado" se manifestar. Para ele, que é um dos líderes do Centrão, esse polo "é o maior e se decepcionou com os extremos". "Ainda não está mobilizado e não sei se estará por falta de uma plataforma e de um líder", disse à Folha de S. Paulo.
Comentários