'Governador perdeu um pouco a estribeira da PM', diz deputado Joel da Harpa
Joel da Harpa questionou a autoridade do governador Paulo Câmara (PSB) sobre a atuação da Polícia Militar no ato, que jogou bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e spray de pimenta contra os manifestantes
O deputado Joel da Harpa (PP), que é policial militar e ligado à pauta da segurança pública, vem se manifestando contra a responsabilização dos policiais envolvidos na ação contra os manifestantes no ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no último sábado no centro do Recife.
"Uma das coisas que eu particularmente acho que é importante refletir é que o policial ali é uma pessoa jurídica, o Estado tem que ser responsabilizado. O Estado não estava representado pela farda? Me parece que o governador perdeu um pouco a estribeira da polícia. A tropa estava ali com um batalhão", afirmou o deputado ao JC.
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Joel da Harpa questionou a autoridade do governador Paulo Câmara (PSB) sobre a atuação da Polícia Militar no ato, que jogou bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e spray de pimenta contra os manifestantes.
"Como o governo disse que não autorizou a ocorrência? E sai duas tropas de choque do quartel para o local sem uma autorização? Isso não tem cabimento. A gente não está falando de uma viatura que já está na rua, a gente está falando de uma tropa de choque que é designada para o local. Também fiz parte do Batalhão de Choque. Para uma tropa ser designada totalmente aparelhada, precisou receber uma ordem superior. Não pode ser responsabilizado o policial que estava ali no terreno", argumentou.
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De acordo com a coluna Ronda JC, foram afastados das ruas até o momento quatro policiais da Radiopatrulha envolvidos na agressão à vereadora do Recife Liana Cirne (PT) com spray de pimenta e o oficial responsável pela operação.
Nesta segunda-feira (31), o deputado visitou Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco no bairro do Derby, área central do Recife. Segundo ele, a visita serviu para prestar um suporte político e jurídico aos policiais que atuaram na operação.
O que o motivou foi o anúncio do governador Paulo Câmara (PSB), também no sábado (30), de que tinha ordenado o afastamento do oficial responsável pela ação policial e o policial que jogou spray de pimenta em Liana Cirne.
"Eu fui primeiro saber essa questão do afastamento que foi sinalizado pelo governo. Mas até então não houve afastamento de fato, houve uma abertura de um processo administrativo na corregedoria", informou o deputado.
Líder do governo
O líder da bancada do governo Paulo Câmara (PSB) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Isaltino Nascimento (PSB), se manifestou por meio de nota a respeito da ação da Polícia Militar no ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no último sábado (30) no centro do Recife.
Na nota, Isaltino repudia o que ele chamou de "ações truculentas promovidas por policiais", durante a manifestação, que além de ser contra o governo Bolsonaro, tinha como mote "vacina no braço e comida no prato". "Minha solidariedade, apoio e força aos manifestantes que sofreram violência", afirmou o líder governista.
Durante a manifestação, policiais militares tentaram dispersar os manifestantes atirando balas de borracha e spray de pimenta. A vereadora do Recife Liana Cirne (PT) foi agredida com spray de pimenta diretamente no rosto por um dos agentes.
Dois homens que não participavam do ato, mas passavam pelas proximidades, foram atingidos no olho por balas de borracha disparadas pelos policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco. Daniel Campelo da Silva e Jonas Correia de França estão correm grave risco de perder a visão.
"Tais atitudes são inaceitáveis e estão em completo descompasso com as orientações do Governo do Estado, que é composto por pessoas que sempre estiveram ao lado do povo nas mais diversas lutas", disse Isaltino.
O socialista ainda saiu em defesa do governador Paulo Câmara, que já havia se pronunciado publicamente no sábado (29). Em um comunicado publicado na redes sociais, ele informou que tinha ordenado o afastamento do oficial responsável pela ação policial e o policial que jogou spray de pimenta em Liana Cirne. Já a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) afirmou em um vídeo que o governo de Pernambuco não autorizou a PM a dispersar a manifestação.
"Tenho absoluta confiança no governador Paulo Câmara que imediatamente tomou as medidas necessárias para apuração e, consequente, punição dos responsáveis", completou Isaltino.