MANIFESTAÇÃO
Ato contra Bolsonaro em São Paulo termina em vandalismo e empurra-empurra
Na Avenida Paulista, durante o ato que teve início no meio da tarde, houve também um rápido confronto entre militantes do PSDB e do PCO
Manifestantes encapuzados invadiram e atearam fogo numa agência do banco Santander, na Avenida da Consolação, em São Paulo, no fim do ato contra o governo de Jair Bolsonaro na cidade neste sábado (3). Um ponto de ônibus e a fachada de uma concessionária da Hyundai também foram depredados na mesma avenida.
Barricadas foram montadas na via e policiais militares formaram barreiras para conter o avanço de vândalos. De acordo com a PM, algumas pessoas atiraram "coquetéis molotov", mas não houve confronto.
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Os atos de vandalismo começaram cerca de uma hora depois que o ato deixou a Avenida Paulista. Os bombeiros atenderam a ocorrência e o incêndio na agência bancária foi rapidamente contido. A polícia informou que agentes de trânsito e seguranças de estações de metrô teriam sido hostilizados por manifestantes. Um homem foi preso.
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Militantes
Na Avenida Paulista, durante o ato que teve início no meio da tarde, houve também um rápido confronto entre militantes do PSDB e do PCO. No final da tarde, quando os manifestantes tucanos caminhavam rumo à Consolação, os participantes trocaram provocações. Uma briga pontual terminou com uma bandeira do PSDB queimada no chão. O grupo logo se dispersou e não houve feridos.
Parte da esquerda deixou claro hoje que não quer unir o país. Querem expulsar o centro, querem violência. É o caminho mais fácil para a derrota. https://t.co/N9rr6f2H7K
— PSDB ???????? (@PSDBoficial) July 3, 2021
O empurra-empurra destoa do discurso de união entre adversários políticos contra Bolsonaro, uma constante atos de ontem. Lideranças partidárias pediram foco contra o presidente apesar das diferenças ideológicas. "Toda nossa energia vai ser concentrada na unidade: unir todos aqueles que querem derrotar o Bolsonaro", defendeu o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) também defendeu a premissa: "Não podemos esperar 2022 para tirar Bolsonaro do poder. A luta tem que ser para valer. E nessa luta, tem que caber todo mundo que é contra esse presidente ladrão".
Luto
Os conflitos ao fim do ato em São Paulo foram exceção ao longo do dia. Em algumas capitais, os ânimos exaltados foram substituídos pelo sentimento de luto. Em João Pessoa (PB), debaixo de chuva, manifestantes marcharam em silêncio segurando fotos de parentes mortos pela covid-19. Nomes de vítimas da doença foram citados pelo caminhão de som que acompanhava o ato. "Presente", respondiam os manifestantes. Havia também cartazes em referência à suspeita de propina em negociações para compra da vacina AstraZeneca.
No Rio, manifestantes carregaram bandeiras e cartazes culpando o presidente pelas mais de 522 mil mortes durante a pandemia. Benedita da Silva, deputada federal pelo PT do Rio, citou as vítimas.
"Não queremos mais o Bolsonaro. O que estamos fazendo hoje e vamos fazer mais ainda é proteção, comida no prato, vacina no braço. Vamos representar cada família que perdeu seu ente querido, porque ele (Bolsonaro) precisava ganhar US$ 1 por cada vacina", discursou.