'Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições', diz Bolsonaro
Bolsonaro tem capitaneado um movimento para a viabilização do voto impresso no próximo pleito e questionado reiteradas vezes a confiabilidade da urna eletrônica
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez nesta quinta-feira (8) mais uma declaração ameaçando as eleições de 2022, em que ele deve disputar a reeleição à Presidência da República.
"Eleições no ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições", afirmou o presidente em frente ao Palácio da Alvorada para os seus apoiadores. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
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Bolsonaro tem capitaneado um movimento para a viabilização do voto impresso no próximo pleito e questionado reiteradas vezes a confiabilidade da urna eletrônica, sob a o argumento infundado de que esse sistema não pode ser auditado.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso - que prevê a implantação de um sistema auditável de papel nas urnas eletrônicas - tramita atualmente em uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Os presidentes de 11 partidos políticos fecharam no último dia 26 de junho um posicionamento conjunto contra o voto impresso nas eleições de 2022.
O presidente também já afirmou ter provas de que na eleição de 2018, que o elegeu presidente, ele teria ganho ainda no primeiro turno. O presidente não apresentou até então essas provas.
O corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Felipe Salomão, determinou, por meio de portaria publicada no último dia 21 de junho que o presidente se explicasse em até 15 dias sobre as declarações de fraudes nas eleições.
Salomão também determinou a abertura de um procedimento administrativo para apurar se há algum fato concreto que corrobore esse tipo de denúncia nas eleições de 2018 e 2020.
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Pesquisa
Uma nova rodada da pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) em parceria com o Instituto MDA, divulgada na última segunda-feira (5) sobre as eleições de 2022 mostrou o ex-presidente de Lula com larga vantagem na corrida presidencial, com 41,3%, enquanto o presidente Bolsonaro tinha a preferência de 26,5% dos entrevistados.
Em terceiro lugar, está Ciro Gomes (PDT) com 5,9%, seguido do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, com 5,9%, o governador de São Paulo João Doria (PSDB), com 2,1%, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), com 1,8%. Brancos e nulos representam 8,6% e indecisos, 7,8%.
Já a pesquisa do Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), divulgada no último dia 25 de junho, mostrou que Lula ganharia ainda no primeiro turno.
De acordo com o Ipec, ula possui 49% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 23%. Em seguida vem o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), com 7%, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 5%, e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), com apenas 3%.