Eleições 2022

Prestes a participar de prévias no PSDB, Eduardo Leite diz que ficará na sigla mesmo que não dispute a presidência

Além de Leite, devem participar da eleição interna o governador de São Paulo, João Doria, o senador Tasso Jereissati e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. Quem vencer a disputa será o representante da sigla nas eleições presidenciais de 2022

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Renata Monteiro

Publicado em 04/08/2021 às 16:58 | Atualizado em 04/08/2021 às 16:58
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Governador do Rio Grande do Sul e um dos presidenciáveis do PSDB para 2022, Eduardo Leite afirmou, nesta quarta-feira (4), que não pensa em deixar as hostes tucanas caso não seja escolhido pelo partido para representá-lo nas urnas. De acordo com o gestor, ele já recebeu convites de legendas como Podemos, por exemplo, para disputar o Palácio do Planalto, mas que o PSDB é seu partido há 20 anos e não pretende abandoná-lo por questões eleitorais.

"Eu estou no PSDB desde que eu pude me filiar a um partido político, quando eu tinha 16 anos. Fiz o meu título de eleitor e fui fazer a minha filiação, há 20 anos. Isso porque ele é um partido que me representa do ponto de vista programático. Ele foi muito atacado pelo PT como um partido neoliberal, por conta das privatizações, mas na verdade não tem nada disso. (...) Eu acredito que é perfeitamente possível trabalharmos pela conciliação de um governo que, sim, privatiza, que diminui o custo da máquina e que, de outro lado, olha com responsabilidade social para programas que ajudem a promover a inclusão, que melhorem a educação, que entreguem habitação digna, que invistam em saneamento. As coisas não são opostas. O PSDB me atende porque é assim que ele pensa. E é por onde eu quero ajudar o País a retomar a sensatez, a sobriedade e programas de gestão para o Brasil. Estou trabalhando para viabilizar a minha candidatura, vou respeitar o partido e desejo permanecer no PSDB independentemente do resultado", detalhou Leite, em entrevista à Rádio Clube.

O PSDB tem prévias agendadas para o dia 21 de novembro. Além de Eduardo Leite, devem participar da eleição interna o governador de São Paulo, João Doria, o senador Tasso Jereissati e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. Quem vencer a disputa será o representante da sigla nas eleições presidenciais de 2022.

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Em meio a esses movimentos para emplacar a sua postulação à presidência, o governador gaúcho deve passar por Pernambuco ainda no mês de agosto, quando deve se encontrar com o governador Paulo Câmara (PSB) e com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB). "Estamos programando uma vista a Pernambuco para as próximas semanas, até o final do mês nós devemos ir, estamos fechando essa agenda. Pela manhã conversei com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, por quem tenho um carinho enorme, uma liderança admirável que foi colega delegada da Polícia Federal do meu irmão, entraram no mesmo concurso, fizeram o mesmo curso em Brasília e depois ela se tornou procuradora do Estado, deputada, prefeita. E a gente deve aproveitar para assinar um convênio de cooperação entre a nossa Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Pernambuco, estamos trabalhando para sintonizar ações políticas e editais para inovação. Como a gente está fazendo uma concessão do antigo porto de Porto Alegre para a revitalização de toda a área do cais, uma visita ao Porto Digital deve ser também colocada na agenda", explicou o tucano.

Ao ser perguntando se o pleito de 2022 seria abordado em um possível encontro com o governador Paulo Câmara (PSB), Eduardo Leite disse estar ciente da realidade local, que coloca o PSB hoje muito mais próximo nacionalmente do PT e do PDT do que do PSDB, como no passado. Vale ressaltar que no segundo turno das eleições de 2014, pouco tempo após a morte de Eduardo Campos, o PSB apoiou Aécio Neves (PSDB) contra Dilma Rousseff (PT).

"Eu tenho uma boa relação com o Paulo Câmara, respeito muito a atuação dele, quando nós estamos em uma mesma condição, compartilhando de desafios semelhantes, a gente se solidariza muito uns com os outros. É da natureza humana, as diferenças políticas diminuem e nós nos colocamos ombro a ombro para enfrentar uma situação como uma pandemia. É natural que a gente troque ideias. Certamente estará avisado da minha ida, para que eventualmente a gente possa conversar, e naturalmente a gente converse sobre política também. A gente sabe que o PSB tem uma aproximação com o PT, a gente respeita, mas vamos conversar para entender o quanto a gente pode ajudar a criar uma alternativa", declarou Leite, tecendo inclusive elogios ao prefeito do Recife, João campos (PSB).

Na ocasião, o governador do Rio Grande do Sul disse que vê com bons olhos uma candidatura de Raquel Lyra ao Palácio do Campo das Princesas e que vai incentivá-la a encarar o desafio. "A Raquel vai ter todo o meu estímulo. Ela é uma liderança que tem força, garra, um amor, uma paixão pelo que faz que impressiona. Assim como em Pernambuco, no Rio Grande do Sul a política também ficou, nos últimos 30 ou 40 anos, entre Porto Alegre e Caxias do Sul, que é a principal cidade do interior na Serra Gaúcha. (...) Parecia impossível que surgisse de Pelotas um governador, por ser uma região empobrecida. O último governador da minha região foi eleito há 110 anos. E nós invertemos essa lógica, fui eleito governador, o mais jovem da história, vindo de uma região que poucos apostavam que poderia eleger um governador. Então sem dúvida há motivos para acreditar na Raquel, ela tem fibra, força, coragem, competência, é um belíssimo nome para o Governo de Pernambuco", opinou Eduardo Leite.

JOAQUIM FRANCISCO

A respeito do falecimento do ex-governador Joaquim Francisco na última terça-feira (3), vítima de um câncer de pâncreas, o tucano disse lamentar o ocorrido e desejou que a nova geração de políticos do Estado herde o exemplo de atuação do pernambucano, sempre baseado no diálogo. "Quando uma figura, uma referência como foi o ex-governador se perde, isso atinge a todos, comove a população, a classe política, e a gente espera que possa ficar o bom exemplo dele. De uma política feita no centro que não é sem posição, é uma política feita com respeito, uma política feita com a possibilidade de ouvir, de apresentar as suas posições sem querer destruir o outro. Esse é o jeito de fazer política precisa ser recuperado", pontuou Leite.

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