Com Lula candidato, Haddad acredita em aliança mais fácil com o PSB para 2022
Haddad falou sobre a relação entre as siglas, tanto em Pernambuco quanto em São Paulo, onde o petista deve disputar o cargo de governador
De olho na disputa de 2022, Fernando Haddad (PT) acredita ser mais fácil conseguir uma aliança nacional com o PSB agora que o candidato a Presidência da República pelo PT deverá ser realmente o ex-presidente Lula. Na visão de Haddad, as duas siglas não conseguiram um acordo nacional em 2018, mas hoje o cenário é outro.
"Tem que ver o tabuleiro nacional, mas sou francamente favorável a uma aliança com o PSB. Os dois partidos precisam da aliança para compor um novo bloco de poder que dê sustentabilidade a um programa a ser eleito no ano que vem. Não é só ganhar a eleição, é governar com gente boa e o PSB tem quadros extraordinários. Então, levamos em consideração os interesses do PT, mas o PT precisa levar em consideração os interesses do PSB. Em 2018 não houve aliança nacional, mas foi possível aliança local em Minas Gerais e Pernambuco, estados com tensões maiores, mas agora é mais fácil, pois eu comecei com 3%. Não é a situação de Lula, ele começa quase ganhando no primeiro turno. A situação é mais confortável para aliança em nome do país", comentou o petista em entrevista à Rádio Jornal Petrolina, na manhã desta quinta-feira (5).
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Em 2018, o PT decidiu apoiar o PSB em quatro estados em troca da neutralidade do partido na eleição presidencial. Pernambuco foi um deles. A pré-candidatura de Marília Arraes (PT) foi retirada e o Partido dos Trabalhadores compôs a Frente Popular que reelegeu Paulo Câmara (PSB). Já em 2020, PSB e PT voltaram a romper os laços na eleição de João Campos. Dessa vez, não houve acordo, Marília foi para a disputa e chegou ao segundo turno. Mesmo assim, Haddad não vê problema para uma nova aliança no próximo ano.
São Paulo
Haddad já colocou seu bloco na rua para a disputa do Governo de São Paulo em 2022, mas uma aliança com o PSB no Estado esbarra na possível candidatura de Márcio França (PSB), que dificilmente abrirá mão de se candidatar para apoiar o petista.
Questionado se apoiaria França, Haddad divagou. "Sento com Márcio para conversar com prazer e com frequência. E já disse, se eu, Márcio, o PCdoB e o Guilherme Boulos (PSOL), sentarmos e tentarmos configurar um programa para São Paulo, a situação nunca foi tão favorável ao campo progressista", disse.
Hoje, o ex-governador Geraldo Alckmin deve ir à disputa pelo PSD, partido liderado por Gilberto Kassab, e o atual vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia (PSDB), deve se candidatar para manter à gestão sob a batuta dos tucanos.
A esquerda ainda está com as intenções de votos fragmentadas, visto que não chegam a um acordo para um único nome na disputa. PT e PSOL não abrem mão da candidatura própria e dirigentes temem que não haja acordo para 2022 no Estado.
Paulo Câmara
O nome do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, do PSB, já foi ventilado como possível candidato a vice-presidente em 2022. Porém, Haddad diz que essa deve ser uma escolha do ex-presidente e que não deve palpitar sobre o assunto. Ainda assim, ele fez questão de elogiar o socialista.
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"Vice é algo personalista, o candidato que deve escolher o que se sentir confortável. Mas, Paulo Câmara é um grande nome, duas vezes governador. A região Nordeste tem quadros a oferecer e compor a aliança democrática para a linha de desenvolvimento, temos uma grande safra de governadores e Lula precisa compor aliança", destacou.