Eleições 2022

'Posição pessoal', diz Miguel Coelho sobre veto de Raul Henry a candidatura do MDB ao Governo de Pernambuco

Nesta quarta-feira (11), o prefeito de Petrolina se encontra com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, para tentar viabilizar a sua postulação

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Renata Monteiro

Publicado em 11/08/2021 às 15:18 | Atualizado em 11/08/2021 às 15:40
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Pré-candidato ao Governo de Pernambuco, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), tem um encontro marcado no fim da tarde desta quarta-feira (11) com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, para tentar viabilizar a sua postulação no pleito de 2022. Hoje, o MDB faz parte da Frente Popular, coligação que dá sustentação ao governo Paulo Câmara (PSB), e há cerca de um mês a cúpula local da sigla comunicou a Miguel que, ao menos por enquanto, não partiria para a oposição. Segundo o gestor municipal, porém, tanto a bancada federal emedebista quanto a direção nacional da agremiação estariam inclinadas a apoiar uma candidatura própria em Pernambuco, mas o presidente estadual do partido, Raul Henry, teria "uma posição pessoal" em favor da manutenção da aliança com o PSB.

"Eu tenho defendido de forma muito clara, desde o dia em que entrei no partido, que sou e estou oposição a esse grupo que aí se coloca no poder. O presidente Raul tem uma posição pessoal muito clara, da manutenção dessa parceria com a Frente Popular, da qual não concordo, pois defendo que o MDB possa romper isso, até porque ele não é partido de ser coadjuvante ou acessório em qualquer projeto, não pode ficar refém de uma única narrativa que o PSB vem querendo imprimir em Pernambuco pelos últimos anos", declarou Miguel, em entrevista à Rádio Jornal durante a manhã.

"O MDB tem história, tem quadro, tem força para liderar e reagrupar esse novo movimento político no nosso Estado. Se você conversa aqui em Brasília com senadores, com a direção nacional do nosso partido e com o próprio presidente Baleia Rossi, todos admitem que a candidatura majoritária pelo MDB é um projeto importante, o que está faltando agora é fazer essa conexão entre a realidade que Brasília enxerga e, infelizmente, um cenário um pouco mais acomodado do que está acontecendo em Pernambuco", concluiu o emedebista. 

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Sobre seu projeto de candidatura, o prefeito defendeu que o debate sobre as eleições não seja antecipado, mas demonstrou disposição para a disputa, muito embora tenha externado que a união na oposição é um dos fatores que considera mais importantes na preparação para o pleito. "Eu me coloco como pré-candidato, acho que a nossa trajetória política, a gestão e o reconhecimento que as urnas nos deram na nossa reeleição nos colocam em uma posição de poder discutir os problemas de Pernambuco. Mas ninguém vira governador do seu respectivo Estado apenas por vontade própria. A gente tem que construir um projeto de coletivo, e no nosso bloco de oposição, que hoje tem tantos outros nomes extremamente capacitados, a gente está construindo essa unidade. A gente precisa agora construir as ideias e os projetos que queremos desenvolver para tirar Pernambuco do atraso em que hoje ele se encontra", detalhou.

Brasília

Na capital federal desde a última terça-feira (10), Miguel afirmou que o principal objetivo da viagem seria a realização de uma série de reuniões com representantes do governo federal para tentar a captação de recursos para diversos setores de Petrolina. Na conversa que teve com o correspondente Romoaldo de Souza, o gestor defendeu, inclusive, uma reformulação do pacto federativo, para que os estados e municípios, que hoje têm muito mais obrigações do que em 1988, possam também receber mais recursos.

"Desde a Constituição de 1988, quando foi feito esse pacto, ele não foi respeitado, até porque novas responsabilidades e obrigações foram repassados aos entes federados, mas não foi feita a mesma divisão com o bolo tributário. Ou seja, as receitas, em grande parte, continuaram com a União, enquanto Estados e municípios receberam mais deveres e obrigações. Então isso gerou um desequilíbrio do ponto de vista fiscal e financeiro, e é por isso que você vê de forma recorrente prefeitos e governadores vindo ao governo federal, que hoje é o grande detentor do recurso público do nosso país", disse o emedebista.

Ontem, o prefeito e o deputado federal Fernando Filho (DEM), seu irmão, foram recebidos pelo ministro João Roma, da Cidadania. A pauta do encontro teve como pontos de destaque a liberação de recursos para projetos sociais e a ampliação do alcance em Petrolina do programa Bolsa Família, que passará a ser chamado de Auxílio Brasil.

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