Miguel Coelho mantém discurso de candidato e diz contar com apoio de prefeitos do MDB
O grupo diz contar com o apoio de prefeitos do MDB que figuram na oposição e apoiam o rompimento do partido com a Frente Popular, como o de Paulista, Yves Ribeiro
Em uma semana de visitas a prefeitos de todo o Estado para tratar de parcerias e de política, o prefeito de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Miguel Coelho (MDB), tem mantido o discurso de pré-candidato, mesmo com a negativa do MDB-PE para lançar a sua candidatura ao Governo de Pernambuco.
"A gente tem feito essas conversas, esses debates, para que a gente possa discutir um novo projeto para Pernambuco que possa devolver a esperança, mas que possa devolver a alegria do povo pernambucano e o protagonismo do nosso estado no cenário nacional", afirmou Miguel Coelho em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, na manhã desta quinta-feira (29).
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Miguel e o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) vão se reunir com o presidente nacional do MDB, Baleia Rosssi, no mês de agosto deste ano em Brasília, na busca da viabilização de uma candidatura própria do partido nas eleições estaduais de 2022. Os dois minimizam a decisão do diretório estadual e afirmam que a discussão ainda deve continuar.
"O que aconteceu agora no mês de julho no MDB foi que o presidente Raul colocou a sua perspectiva do ponto de vista do projeto de protagonismo e fortalecimento do MDB, e nós colocamos uma posição contrária. Nós defendemos o rompimento dessa aliança com a Frente Popular até pela própria história de protagonismo e altivez que o MDB teve, não só com o governador Jarbas, mas de tantas outras lutas que o MDB jamais se furtou de colocar os interesses de Pernambuco acima do interesse do próprio partido inclusive. Esse debate não está encerrado", cravou Miguel.
Secretário-geral da Frente Nacional de Prefeitos, Miguel Coelho e seu pai, além do deputado federal Fernando Filho (DEM) e do deputado estadual Antonio Coelho (DEM) iniciaram nesta semana uma caravana de visitas a prefeitos de todas as regiões.
Nessa quarta-feira (29), ele esteve com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), com quem disse estar alinhado em torno de uma unidade da oposição. A tucana também é cotada como candidata a governadora, assim como o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), que também já recebeu a comitiva dos Coelho nesta semana. Após a visita ao prefeito de Olinda, Professor Lupércio (SD), ele também declarou que tinha interesse em se lançar na disputa.
O grupo diz contar com o apoio de prefeitos do MDB que figuram na oposição e apoiam o rompimento do MDB com a Frente Popular, liderada pelo PSB, à revelia do presidente estadual Raul Henry (MDB) e do senador Jarbas Vasconcelos (MDB).
"Estive tomando café com o prefeito Yves Ribeiro, daqui da cidade de Paulista, que é do MDB também e ele acabou de dar uma declaração de que mais de 10 prefeitos do MDB são favoráveis a esse debate de projeto majoritário no nosso partido", apontou Miguel.
Governo Bolsonaro
Sobre um suposto aconselhamento vindo de aliados de Fernando Bezerra para que ele deixe a liderança do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para afastar a imagem de "bolsonarista" de Miguel Coelho, o prefeito contemporiza ao afirmar que as questões locais ficam acima de posições ideológicas no âmbito nacional.
"A gente está vendo a movimentação de eventuais terceiras vias, do atual presidente que naturalmente deve buscar a reeleição, mas Pernambuco tem que se ater e focar as suas energias nos problemas daqui. Eu acho que estou conhecendo os buracos de Pernambuco, porque as estradas já se foram há muito tempo", exemplificou Miguel.
A própria direção do MDB de Pernambuco apontou a aproximação com o governo Bolsonaro como um dos principais empecilhos para lançar a candidatura de Miguel. O prefeito aproveitou para alfinetar seus opositores da Frente Popular, cujos partidos são aliados do governo Bolsonaro no âmbito nacional, como PSD, Avante, Solidariedade, Republicanos e o PP, que agora tem o presidente nacional, Ciro Nogueira (PP) como ministro da Casa Civil.
"Eu vou ficar só nesses cinco para poder mostrar essa contradição e até acho que um desespero das pessoas, de querer diminuir o debate de Pernambuco, querendo nacionalizar", resumiu.