CPI

Alexandre Frota quer abertura da 'CPI da Facada' para investigar atentado contra Bolsonaro em 2018

"Foi na facada que ele ganhou as eleições", declarou o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), alegando que o atentado sofrido por Bolsonaro teria sido armação

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Estadão Conteúdo

Publicado em 13/09/2021 às 17:16 | Atualizado em 13/09/2021 às 17:17
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O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) protocolou, nesta segunda-feira (13), o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o atentado sofrido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), durante a campanha eleitoral de 2018. De acordo com o parlamentar, a facada de autoria de Adélio Bispo, não passaria de uma armação para que Bolsonaro pudesse ter mais visibilidade. 

"Bolsonaro tinha 8 segundos de televisão e passou a ter 24 horas (...). Foi na facada que ele ganhou as eleições", declarou o Alexandre Frota, em entrevista ao Poder 360. "Hoje eu tenho noção do quanto muitas coisas não estão explicadas. Tudo leva a crer que o Bolsonaro tinha um problema sério no intestino e ele aproveitou dessa situação, criou esse fato e com isso ele venceu as eleições", defendeu o deputado. 

Frota revelou que sua decisão em abrir a "CPI da Facada" surgiu após assistir ao documentário  documentário "Bolsonaro e Adélio - Uma Facada no Coração do Brasil", do jornalista Joaquim de Carvalho.

No dia 6 de setembro, o presidente relembrou o episódio ocorrido durante um comício em Minas Gerais. "Há exatos três anos tentaram me matar. Agradeço a Deus pela sobrevivência. Hoje, se preciso for, a vida pela liberdade", disse Bolsonaro. 

Por causa da facada, o presidente já passou por alguns procedimentos cirúrgicos. O primeiro foi feito ainda na Santa Casa de Juiz de Fora. Depois, o então candidato foi transferido para o Hospital Albert Einstein e passou a ser acompanhado pelo cirurgião Antonio Luiz Macedo.

Adélio Bispo

Adélio Bispo, autor da facada, está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande desde setembro de 2018. As investigações policiais realizadas que já se debruçaram sobre o crime concluíram que Adélio Bispo agiu de forma isolada e que sofre de graves problemas mentais.

Em 5 de agosto deste ano, por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão virtual, manteve decisão que negou transferir Adélio Bispo para um hospital de custódia e tratamento psiquiátrico em Minas Gerais.

No julgamento, os ministros analisaram um habeas corpus impetrado pela defesa de Adélio contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o manteve na Penitenciária Federal de Campo Grande. Na ocasião, a corte entendeu que o local cumpria as exigências legais para o caso, uma vez que conta com Unidade Básica de Saúde e com atendimento médico psiquiátrico.

Ao Supremo, a defesa reiterou o argumento da inadequação do estabelecimento e a existência de vagas no Hospital Psiquiátrico Judiciário Jorge Vaz, em Barbacena (MG), e a presença de outros estabelecimentos adequados em Minas Gerais. As informações foram divulgadas pela corte.

O relator do recurso, ministro Kassio Nunes Marques, já havia negado a transferência do esfaqueador de Bolsonaro para o hospital psiquiátrico - e reforçou seu entendimento perante a Segunda Turma.

O ministro ponderou que o Código Penal estabelece, em regra, que a medida de segurança deve ser cumprida em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, mas que, na falta desse tipo de local ou na inexistência de vaga, a pena poderá ser cumprida em outro estabelecimento adequado.

Na avaliação do relator, as instâncias ordinárias deram cumprimento ao disposto Código Penal, considerando que, na falta de vagas em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou de outro estabelecimento adequado em Minas Gerais, Adélio foi transferido para o estabelecimento federal, onde, segundo os autos, recebe tratamento em conformidade com a lei.

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