Eleições 2022

'Eles erraram', diz Alberto Feitosa sobre ausência dos Coelho em compromissos de Bolsonaro em Pernambuco

Fernando Bezerra Coelho (MDB) chegou a estar com o chefe do Executivo federal em algumas agendas, mas nenhum dos seus três filhos que estão na política encontrou com Bolsonaro em compromissos não oficiais

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Renata Monteiro

Publicado em 15/09/2021 às 16:29 | Atualizado em 15/09/2021 às 16:33
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Deputado estadual pelo PSC, o coronel Alberto Feitosa disse, nesta quarta-feira (15), que considera "um erro" o clã Coelho não ter acompanhado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante a sua recente passagem por Pernambuco, nos dias 3 e 4 de setembro. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), chegou a estar com o chefe do Executivo federal em algumas agendas, mas nenhum dos seus três filhos que estão na política - nem mesmo o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), que é pré-candidato ao Palácio do Campo das Princesas - encontrou com Bolsonaro em compromissos não oficiais.

"Eu respeito muito a inteligência, a capacidade e a experiência do senador Fernando Bezerra Coelho, que foram herdadas pelos seus filhos, mas acho que eles erraram quando não acompanharam a passagem do presidente da República aqui. Eu gostei do que um articulista político local falou, de que é preciso lembrar o que ocorreu nas eleições com Armando Monteiro e Mendonça Filho. Está bem claro que Geraldo (Julio) vai ter o apoio de toda a esquerda. Lula vai ficar ali. No outro campo, só existe uma liderança, tem lado A e Lado B. A terceira via morreu no dia 12. Eu acho que Miguel erra ao não ter acompanhado toda a agenda do presidente em Pernambuco, como também erra ao flertar com partidos de centro-esquerda e de esquerda", pontuou Feitosa, durante entrevista à Rádio Clube.

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Nos últimos meses, de olho em 2022, Miguel Coelho tem tido reiterados encontros com lideranças de diversos partidos, até mesmo do PDT do presidenciável Ciro Gomes, que atualmente integra a base aliada do PSB. "A população não vai entender isso. E se ela entender que é mais do mesmo, é capaz dela ir naquela opção que tem mais estrutura, apesar de todos os desmandos, que é a candidatura do PSB. Na minha humilde visão, Miguel Coelho faz esse aceno e erra. Basta ver o que aconteceu com Mendonça Filho, que não assumiu a candidatura do Alckmin (em 2006) e levou uma surra de Eduardo Campos no segundo turno, e com Armando, que ficou indo visitar Lula preso (em 2018) e não assumiu a candidatura de Bolsonaro. Talvez se tivesse assumido a candidatura de Bolsonaro, tivesse ido para o segundo turno e ganhado as eleições", disparou o parlamentar.

Procurada pelo JC, a assessoria de imprensa de Miguel Coelho afirmou que o prefeito não vai se pronunciar a respeito das declarações de Feitosa. As equipes de Armando e Mendonça também foram acionadas, mas não encaminharam resposta até a publicação deste texto.

Mais cedo, em resposta a uma publicação local que questionou a sua opção de voto para presidente em 2018, porém, Armando falou que "não quis assumir a candidatura de Jair Bolsonaro em nenhum momento", muito embora isso pudesse "até ter proporcionado rendimento eleitoral". "Me sinto inteiramente confortável por não ter me alinhado a essa figura, que representa valores que sempre repudiei ao longo de minha vida pública", declarou o ex-senador, por nota.

Estratégia

Durante a entrevista, Feitosa afirmou, ainda, que a oposição do Estado tem bons nomes para a disputa pelo Governo do Estado em 202, e defendeu que dois candidatos saiam do grupo para as urnas. "Nós temos pelo menos seis nomes no campo da oposição que têm condições, de, unidos ou separados, levar a eleição para o segundo turno. No outro campo, nós vemos que eles têm um problema, pois mesmo estando com o governo da capital e tendo muitas prefeituras e o 'desgoverno' do Estado, há dificuldades para se achar um nome. Já se falou em Tadeu (Alencar), já se falou em José Múcio, José Neto, mas a gente sabe que eles querem o nome de Geraldo Julio. (...) No meu entendimento, eu acho que caso o PT e o PSB se unam, no campo da oposição pode haver uma, duas ou até três candidaturas. Mas eu aposto muito em duas candidaturas, uma de centro-direita, que pode ser Raquel (Lyra), Miguel (Coelho) ou Anderson (Ferreira), e outra à direta, que eu aposto em Gilson Machado", opinou o deputado estadual.

Apesar de vestir a camisa da candidatura do ministro do Turismo para representar Bolsonaro em Pernambuco no ano que vem, Feitosa afirmou que o presidente deseja, na realidade, que seu auxiliar concorra a uma vaga no Senado. "Eu percebo que o presidente deseja que ele seja candidato a senador, mas eu sinto em Gilson, depois das últimas conversas que tivemos em Brasília, disposição e viabilidade na candidatura dele. Veja a quantidade de pessoas que foram às ruas no dia 7 de setembro no Nordeste e, especificamente, em Pernambuco. Só na Avenida Boa Viagem tinha mais gente do que se você somar as pessoas que participaram de manifestações de oposição a Bolsonaro nos dia 7 e no dia 12. (...) O campo de direita está muito fortalecido", detalhou.

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