ELEIÇÕES

João Campos teria dito a Lula que não será empecilho para aliança entre PSB e PT nas eleições 2022

Apoio do prefeito do Recife pode ser decisivo para entendimento entre os PT e PSB para as eleições do próximo ano

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Paulo Veras

Publicado em 24/10/2021 às 17:30 | Atualizado em 25/10/2021 às 20:33
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Atualizada às 19h33

Visto nos bastidores como um dos mais refratários à retomada da aliança entre o PSB e o PT, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), teria ido até o ex-presidente Lula (PT) para afirmar que não será um empecilho a um entendimento entre os dois partidos, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Segundo o colunista, os dois saíram da conversa abraçados.

O encontro foi confirmado por João Campos, em uma publicação nas redes sociais. "Conversei em São Paulo com o ex-presidente Lula sobre como as forças democráticas podem atuar para derrotar Bolsonaro, nas eleições do ano que vem. Defendi novamente a composição de uma frente ampla, que apresente um projeto com ideias bem estruturadas para o país", explicou o socialista.

"O importante, na fase atual, é pensar caminhos para a educação, construir alternativas para o desenvolvimento regional, maneiras de combater a desigualdade, sobretudo como ampliar a geração de oportunidades para o nosso povo. Alianças eleitorais devem ser discutidas só em 2022", escreveu o prefeito em seguida.

Lula espera ter o apoio do PSB em sua candidatura presidencial em 2022, enquanto os socialistas buscam contar com a bênção do ex-presidente e seu potencial de transferência de votos ao tentar a sucessão do governador Paulo Câmara (PSB).

O governador pernambucano é visto como um dos nomes mais próximos de Lula no partido, tendo sido reeleito com apoio do petista. Já João Campos chegou à prefeitura depois de disputar um segundo turno com a prima, Marília Arraes (PT), o que lhe obrigou a apostar num forte discurso antipetista para garantir o apoio do eleitor de direita.

Um ponto de inflexão importante para o PSB é o fato de que Lula lidera todas as pesquisas de intenção de voto para a presidência a um ano da eleição. Além disso, os socialistas sabem, na prática, como o ex-presidente é estratégico para garantir votos no interior.

Esses votos serão ainda mais necessários em 2022. Além do desgaste natural após passar quatro mandatos seguidos no comando da máquina estadual, o PSB tem tido dificuldade de definir o nome que disputará a sucessão. O ex-prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB) já afirmou reiteradas vezes que não entrará na disputa. As principais alternativas a ele, como os secretários de Infraestrutura, Fernandha Batista, e da Casa Civil, José Neto, são pouco conhecidos do eleitor.

Em contrapartida, não está descartado que Lula abra mão do posto de vice na chapa presidencial para o PSB. O nome do governador Paulo Câmara, inclusive, já entrou na bolsa de apostas pela vaga.

Mas a arestas a serem definidas; não só em outros estados, mas também em Pernambuco. O nome favorito de Lula para disputar o Senado, no caso de uma composição, é justamente o de Marília Arraes, que faz oposição ao PSB.

Com o peso do PSB de Pernambuco - especialmente da família Campos - no comando nacional do partido, uma mudança na posição de João pode ser decisiva para um entendimento com os petistas.

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