Pernambuco

Prévias no PSDB: Arthur Virgílio critica Doria e Leite por desejarem interromper mandatos para concorrer à presidência

Segundo o ex-prefeito de Manaus, seu nome deveria ser o escolhido para representar o partido nas urnas também porque ele é o candidato com mais experiência na política

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Renata Monteiro

Publicado em 08/11/2021 às 14:53 | Atualizado em 08/11/2021 às 15:27
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Em meio aos conflitos que têm ocorrido entre as campanhas dos governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) às vésperas das prévias do PSDB, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, esteve no Recife na manhã desta segunda-feira (8) para tentar convencer o tucanato pernambucano de que ele próprio seria a melhor opção que a sigla teria para representá-la nas urnas em 2022. As eleições internas do PSDB estão marcadas para 21 de novembro.

O encontro desta manhã ocorreu em um hotel do bairro de Boa Viagem e contou com as presenças do presidente nacional da legenda, Bruno Araújo, da presidente do PSDB-PE e prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, do ex-governador João Lyra, do ex-senador Armando Monteiro, da deputada estadual Alessandra Vieira, entre outras. Na ocasião, o político amazonense condenou seus adversários de prévias por desejarem interromper seus mandatos para concorrer ao Palácio do Planalto e declarou que a sua experiência política de mais de quatro décadas o credenciaria para o posto de candidato à presidência.

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“Eu sei que já existem acordos feitos, há quem diga que vai votar no Doria, há quem diga que vai votar no Leite, e todas essas pessoas têm o meu respeito. Agora eu faço muita fé em um grupo de pessoas que eles não controlam e eu estou falando para elas. Eu entendo que essas pessoas vão estar muito livres para chegar nas urnas e votar em quem elas quiserem, em quem tem mais experiência de verdade, em quem tem mais coerência. (...) Dos três, eu sou o único que nunca quebrou um mandato”, declarou Virgílio.

O ex-prefeito também defendeu que, diante das recentes acusações de fraudes entre as campanhas de Doria e Leite, a agremiação tenha unidade interna e humildade para considerar a possibilidade de não encabeçar uma chapa presidencial, se necessário. “Eu entendo que o PSDB tem que se unir. Se fulano vencer, todo mundo tem que se unir em torno dele. Aí cessam as discussões. Ninguém vai mudar a cabeça de ninguém, mas vamos ajudar na formulação do programa de governo de quem vier e vamos fazer esse partido ocupar um espaço, seja do Bolsonaro ou do Lula, para chegarmos ao segundo turno. Mas nós também precisamos ter a capacidade de atrair parceiros, com humildade. De repente a gente acha um parceiro melhor do que a gente e teremos que ceder. Da mesma forma que se a gente tiver um quadro melhor do que o deles, vamos esperar que tenham humildade para saber que não são melhores do que nós do ponto de vista eleitoral”, observou Arthur Virgílio.

Bruno Araújo evita reforçar a possibilidade de o PSDB não ter um candidato a presidente, mas pondera que a agremiação precisa agregar forças políticas ao seu projeto e não pode "obrigar" nenhum partido a votar no candidato tucano. "O provável é uma candidatura presidencial do PSDB. Nós preparamos essas prévias e aquele que sair vencedor estará legitimado, terá visitado 26 estados da Federação, chegará mais potente eleitoralmente do que qualquer outro candidato fora da polarização, mas cabe a esse candidato e a esse partido a humildade de construir com todo o conjunto de partidos. Nós estamos conversando nacionalmente com vários dirigentes e eu não posso obrigá-los a votar no candidato do meu partido. Nós não poderíamos estar tendo essas conversas considerando apenas o nome do PSDB", disse.

Sobre as prévias, o dirigente partidário afirmou que, sob o seu ponto de vista, a presença do amazonense nas prévias tucanas trouxe “brilhantismo” ao processo, que teria ficado “chato” caso a sua participação não existisse. “Eu sempre disse que era absolutamente natural que todo e qualquer governador de São Paulo fosse um candidato natural à presidência da República, mas é impossível que um partido como esse não tenha sempre a lembrança de homens extremamente importantes que fizeram a sua história tanto no Congresso Nacional quanto no Executivo. (...) E Arthur aceitou o desafio de colocar tempero nessa disputa. A gente tem uma disputa, não vou dizer monocromática, mas sem ele poderia ter ficado chata. E Arthur tem dado brilhantismo na discussão, para que todo o conjunto das candidaturas possa ser elevado”, disse.

Após deixar o Recife, Virgílio seguiu para Caruaru, ao lado de Raquel e João Lyra. Durante a campanha para as prévias do PSDB, também visitaram Caruaru e a capital Eduardo Leite e João Doria. Este último, inclusive, encontrou-se com o governador Paulo Câmara na ocasião.

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