Sem uma liderança como Eduardo Campos, PSB quer voltar às origens e escolher nome político para 2022
Nomes como os dos deputados federais Tadeu Alencar, Danilo Cabral e Felipe Carreras começam a despontar na bolsa de apostas
Diferente das últimas eleições, o PSB de Pernambuco não deve repetir a receita de uma escolha técnica para o pleito de 2022. A tese tem sido defendida, inclusive, pelo governador Paulo Câmara, que foi fruto dessa estratégia ao ser lançado candidato pelo ex-governador Eduardo Campos, em 2014. Com a desistência do ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio, que seria a opção natural nesse processo, não seria viável lançar um nome desconhecido. A expectativa é de que o PSB possa definir o seu postulante majoritário nas primeiras semanas de janeiro.
Em paralelo a essa questão, tem se observado que no contexto nacional não haveria mais espaço para um “outsider" já que a pauta de negação da política - corroborada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018 - tem perdido adesão da população.
Dentro dessa estratégia orgânica, a bancada federal do PSB vem obtendo um papel fundamental no centro dessas discussões. Nomes como os dos deputados federais Felipe Carreras, Tadeu Alencar e Danilo Cabral - sendo este último com mais eco nas hostes socialistas - surgem para representar a volta do partido às origens, com um perfil político e de ligação histórica com a legenda.
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Fora da bancada, o nome do secretário da Casa Civil, José Neto, também é lembrado na disputa pelo comando do Palácio do Campo das Princesas. “O próprio governador irá escolher esse quadro político, que pode ser encontrado no meio dos deputados federais. Um nome que vem ganhando força dentro da bancada é o de Danilo”, comenta um socialista, sob reserva. Entretanto, os parlamentares citados afirmam que estão focados nos seus projetos de reeleição para a Câmara Federal.
Se as “eleições de 2022 são discutidas em 2022”, faltando duas semanas para o ano acabar, o calendário já tem imposto o ritmo dos debates acerca dessa definição e isso vem sendo levantado pelos partidos aliados. O PT de Pernambuco desembarcou da Frente Popular após os duros ataques antipetistas do então candidato a prefeito do Recife, João Campos, vitorioso no segundo turno contra a deputada federal Marília Arraes.
Entretanto, a aprovação do nome do senador Humberto Costa para ser o candidato do partido petista ao Governo do Estado, no último domingo (19), foi vista como uma forma de pressionar os socialistas a baterem o martelo sobre um nome alternativo ao de Geraldo Julio.
O posicionamento do PT ocorreu uma semana após o XV Congresso Estadual do PSB referendar que a legenda terá candidato para o pleito de 2022. “O candidato será do PSB e não há nenhuma dúvida disso. Esse indicativo do PT é uma forma de instaurar um debate não só por uma definição do candidato a governador, mas quais serão os nomes que vão compor a chapa majoritária. É uma sinalização de que o partido pretende outros cargos, que não de governador, para compor a chapa”, avalia outro socialista, também sob reserva.
Federação
O deputado federal Tadeu Alencar, considera legítima que tanto o PT quanto outros partidos possam fazer a sinalização dos seus quadros para este debate, mas ressalta que diante das negociações sobre as federações partidárias, quaisquer entendimento tem que vir primeiro do âmbito nacional para depois seguir para o plano local.
“Nós temos o debate das federações e ela é um instituto novo que está sendo ainda mastigado pelos partidos. Não sabemos qual regulamentação será feita, já tem aí alguns desenhos, mas a formalização dessa regulamentação ainda não foi executada. Então essa federação ainda vai definir um caminho porque é em torno dela que os partidos vão se organizar ou não”, explicou.
A Frente Popular é uma frente ampla que vamos tentar mantê-la dessa forma. O debate do PSB está sendo definido sob a regência do governador, ele é a liderança maior do nosso conjunto e como vamos estar em 2022”, completou Alencar.