Em ato do Dia do Trabalhador, Lula pede desculpas a policiais e fala sobre aumento de salário mínimo
Lula chegou por volta das 15h30 no local, três horas depois do previsto, devido ao baixo quórum no local do ato
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou seu discurso durante ato alusivo ao Dia do Trabalhador, neste domingo (1º), com um pedido de desculpas aos policias que se sentiram ofendidos com uma crítica direcionada ao presidente da República Jair Bolsonaro (PL). Neste sábado (30), em um evento com mulheres na Zona Norte de São Paulo, Lula disse que o presidente "não gosta de gente, ele gosta de policial".
"Eu queria pedir desculpas aos policiais desse país, porque muitas vezes comete erros, mas muitas vezes salva muita gente e nós temos que tratá-los como trabalhador nesse país. Resolvi pedir desculpas junto a vocês porque nesse país não é mais habitual pedir desculpas", declarou o líder petista, que é pré-candidato à Presidência nas eleições deste ano.
Em seguida, Lula disse que está há seis anos esperando por desculpas "daqueles que o acusaram" na Operação Lava Jato, citando a decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que concluiu que ele teria sido vítima de julgamento parcial e teve seus direitos políticos violados.
Ovacionado com gritos de "Lula guerreiro, do povo brasileiro", o petista confirmou que o lançamento da sua pré-candidatura será no próximo dia 7 de maio, mas que estava participando do ato realizado, neste domingo (1º), na Praça Charles Miller, no Pacaembu, não para falar de eleições, mas das problemáticas que atingem a classe trabalhadora do Brasil.
"Foram poucos os governos depois de Getúlio Vargas que tiveram coragem de discutir o aumento do poder aquisitivo da população", declarou Lula, destacando que durante seu governo, o salário mínimo aumentou 77% e a inflação ficou dentro da média estabelecida pelo governo federal da época, em 4,5%.
O discurso do ex-presidente também foi marcado pela promessa de aproximação entre o governo federal com as centrais sindicais, que segundo Lula, são inexistentes atualmente. "Ao invés de xingar o presidente na rua, vocês vão ser convidados para sentar na mesa de negociação. Precisamos discutir com seriedade a questão da aposentadoria, da política de saúde e render todas as homenagens ao SUS", declarou.
Antes de finalizar sua fala, Lula chamou Bolsonaro de "fascista e genocida", afirmando ainda que enquanto o presidente da República quer salões para treinamento de tiro, ele quer salões para fazer bibliotecas. "Levar internet a cada lugar desse país, para que o filho mais pobre tenha direto a navegar na internet como o filho dele. Quem sabe o que precisa e como precisa, não é nenhum capitão, é o povo trabalhador desse país, o estudante desse país, as mulheres desse país", declarou.
1º de Maio
O evento começou por volta das 10h e tem como tema "Emprego, Direitos, Democracia e Vida". O ato é organizado pela CUT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST, Intersindical - Central da Classe Trabalhadora e Pública. Na programação, estão shows de artistas como Daniela Mercury, Leci Brandão, Francisco El Hombre, entre outros.
Lula chegou por volta das 15h30 no local, três horas depois do previsto, devido ao baixo quórum no local do ato. Os discursos políticos estavam previstos para começar no horário do almoço, mas organizadores decidiram deixar as manifestações para um horário mais próximo do show de Daniela Mercury, marcado para 17h.
Entre os políticos que já discursaram no ato estão o pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (Psol) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. O discurso de Lula começou às 16h.
Também neste domingo (1º), um ato organizado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, é realizado na Avenida Paulista. A manifestação tem falas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Direto de Brasília, Bolsonaro fez um discurso à distância, através de videochamada.