Eleições 2022

União Brasil lança pré-candidatura de Bivar para presidente, mas partido libera apoio a Bolsonaro

Caso a candidatura se confirme, não será a primeira vez que Luciano Bivar disputará a presidência

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Cássio Oliveira

Publicado em 31/05/2022 às 9:43 | Atualizado em 01/06/2022 às 19:28
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Com informações do Estadão Conteúdo

O União Brasil vai lançar nesta terça -feira, 31, a pré-candidatura ao Palácio do Planalto do deputado federal Luciano Bivar.

 

Mesmo tendo Bivar como pré-candidato a presidente, o partido liberou seus filiados que quiserem apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) logo no primeiro turno.

De acordo com reportagem do Estadão, aliados de Bivar apontam que ele só entrará na disputa para negociar mais adiante sua retirada, em troca de espaço em uma aliança.

Além disso, a candidatura dele teria como objetivo rachar a terceira via e auxiliar na campanha de reeleição de Bolsonaro.

"O apoio ao Bolsonaro permanece. O acordo que fiz com o partido foi para que ele me deixasse livre para apoiá-lo", afirmou ao Estadão o governador do Amazonas, Wilson Lima, que trocou o PSC pelo União Brasil e vai tentar a reeleição.

Caso a candidatura se confirme, não será a primeira vez que Bivar disputa a presidência. Em 2006, ele ficou em último lugar, com 0,06% dos votos válidos, na disputa pelo Planalto.

O União Brasil, antigo PSL, é dono dos maiores fundos eleitoral e partidário, perto de R$ 1 bilhão e, por isso, é alvo da cobiça de vários pré-candidatos a presidente, de Ciro Gomes (PDT) a Bolsonaro.

O União Brasil já abriga muitos apoiadores de Bolsonaro. A deputada Clarissa Garotinho (RJ), por exemplo, é uma delas. Assim como o governador do Amazonas, Clarissa afirmou que Bivar não proibiu o apoio a Bolsonaro.

"O Bivar tem deixado a bancada muito à vontade. Ele entende que todo mundo tem uma posição construída até aqui", disse.

Terceira via

Inicialmente, o União Brasil fazia parte do grupo da terceira via, composto pelo MDB, PSDB e Cidadania e dizia estar interessado em construir uma candidatura única para se contrapor a Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No início deste mês, no entanto, a legenda decidiu sair do grupo e anunciou que lançaria a pré-candidatura de Bivar, mesmo sem acordo com os outros partidos. O MDB e o Cidadania já anunciaram apoio à pré-candidatura de Simone Tebet e a tendência é que a cúpula do PSDB siga o mesmo caminho.

Como mostrou o Estadão, a iniciativa de não se aliar às outras siglas da terceira via ocorreu após pressão do Palácio do Planalto, que ameaçou retirar cargos controlados por dirigentes do União Brasil.

O líder do partido na Câmara é o deputado Elmar Nascimento (BA), padrinho político do presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marcelo Moreira Pinto. Relator do Orçamento de 2021, o senador Márcio Bittar (União-AC) também é, atualmente, um dos principais aliados de Bolsonaro no Congresso. Bittar foi um dos mais beneficiados pelo orçamento secreto, em que o pagamento de emendas de relator é feito a redutos eleitorais dos parlamentares, em troca de apoio ao governo no Congresso.

Aliança

Uma aliança formal com o PL de Bolsonaro, porém, é considerada muito difícil pela cúpula do União Brasil por causa de arranjos estaduais. O ex-prefeito de Salvador ACM Neto é um dos que mais tentam se descolar da imagem de bolsonarista. Pré-candidato a governador da Bahia, onde Lula tem altos índices de popularidade, e rival histórico do PT no Estado, Neto já disse que não dará palanque a nenhum candidato a presidente. "Essa pré-candidatura não conflita com a posição de independência de cada Estado", afirmou o ex-prefeito de Salvador, que é secretário-geral do União Brasil. "No nosso caso aqui na Bahia, (a decisão) é de não ter candidatura à Presidência oficial. É deixar o palanque aberto", disse ele.

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