Danilo Cabral defende BRT, metrô administrado pelo governo federal e reavaliação da Navegabilidade do Capibaribe
Deputado federal do PSB foi o primeiro candidato a governador de Pernambuco a participar da série de sabatinas que está sendo promovida pela Rádio Jornal
O candidato a governador de Pernambuco pelo PSB, Danilo Cabral, defendeu nesta segunda-feira (8) as ações que desenvolveu na área de mobilidade enquanto foi secretário das Cidades do governador Eduardo Campos. As declarações foram dadas durante participação do deputado federal em sabatina na Rádio Jornal.
"Eu tenho muito orgulho da minha passagem pela Secretaria das Cidades. (...) Com relação às obras de mobilidade, é importante dizer que tudo o que fizemos foi com base no Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), que consolidava todas as alternativas de mobilidade que deveriam ser planejadas para a Região Metropolitana de Pernambuco em um horizonte inclusive anterior à Copa do Mundo", argumentou Danilo.
De acordo com o candidato, ao deixar o comando da pasta, em 2014, quase todo o projeto das estações de BRT do Estado estava concluído, mas a crise que atingiu o País a partir daquele ano dificultou a finalização das obras.
"Uma das principais alternativas que estavam postas lá, além da navegabilidade (do Rio Capibaribe), era o BRT, um dos principais instrumentos de mobilidade das pessoas do Recife. E o que nós fizemos foi deixar ele 90% entregue. O problema é que de 2014 em diante a gente viveu uma crise, o Brasil quebrou depois disso, algumas das empresas responsáveis pelas obras quebraram também, e aí teve que ser feito todo um replanejamento e hoje a gente tem uma coisa remanescente disse que está sendo concluído pelo Governo do Estado. O (corredor) Leste/Oeste, por exemplo, só tem três estações a ser concluídas, em Camaragibe", observou Danilo Cabral.
O deputado disse acreditar, ainda, que apesar dos problemas que existem no sistema, a população que o utiliza prefere que ele exista do que deixe de existir. "Houve um ganho de qualidade. Pergunte a quem está dentro de um BRT se ele está achado ruim porque está andando dentro do ar-condicionado. Além disso, há um tipo de redução do tempo de deslocamento, algo em torno de 20%", afirmou.
Navegabilidade
Sobre o projeto de Navegabilidade do Capibaribe, que pretendia transportar até 300 mil pessoas por mês, Danilo defendeu que a sua necessidade e viabilidade fossem revistas por especialistas.
"Lá atrás, o projeto de navegabilidade estava previsto na edição do PDTU como uma forma de deslocamento das pessoas. Uma possibilidade de deslocamento. (...) Nós precisamos atualizar o PDTU, porque de 2012 a 2022, em 10 anos, a gente teve mudanças na forma de deslocamento das pessoas na cidade. O transporte público teve uma redução de 40% de usuários nesse período, o Uber chegou, a pandemia trouxe um legado de trabalho virtual, em casa, ou seja, nós precisamos de um novo estudo que mostre como as pessoas estão se deslocando, para onde estão de deslocando e, a partir disso, apresentar alternativas. Eu não sei se a navegabilidade, agora, vai ser uma alternativa viável", declarou.
Metrô
A respeito da situação do Metrô do Recife, Danilo afirmou que a responsabilidade sobre o equipamento é do governo federal e, na sua opinião, ele deve permanecer como um equipamento público. No primeiro semestre deste ano, o Governo do Estado chegou a anunciar que a estrutura seria estadualizada para, em seguida, ser oferecida à iniciativa privada, mas recuou da decisão após pressão do Sindicato dos Metroviário de Pernambuco (SindMetro-PE).
"O metrô é um dos principais meios de deslocamento e nós precisamos ter um entendimento com o governo federal. Primeiro ele é federal, não pertence ao Estado. E eu acho que ele deve permanecer como público e vinculado ao governo federal, mas nós precisamos requalificá-lo, porque houve, sim, um sucateamento. O que foi comprado na época da Copa, inclusive, deixou de funcionar. Dos 49 comboios, tem 19 quebrados. Nós precisamos requalificar o metrô e isso é função do governo federal", disparou o candidato a governador.