A leitura do Manifesto pela Democracia, documento redigido pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), ocorre simultaneamente nesta quinta-feira (11) em diversas capitais do Brasil. Em Pernambuco, a leitura ocorre na Faculdade de Direito de Recife, sem a presença de políticos com mandato eletivo, ou que concorrem na eleição deste ano.
"Queremos proteger a perspectiva suprapartidária. Caso contrário, haveria possibilidade de legitimar o discurso de pessoas hostis às forças progressistas. O ato é protagonizado pela sociedade civil e movimentos sociais, não pelas representações partidárias", comenta Carol Ferraz, professora de direito da Universidade Católica de Pernambuco e uma das organizadoras do evento, ao Jornal do Commercio.
O documento (61 KB) será lido por acadêmicos, lideranças da área de direitos humanos e representantes de sindicatos, artistas e grupos minoritários. O ato para a leitura do Manifesto pela Democracia terá início às 9H, quando membros da sociedade civil se concentram na Unicap.
"Fizemos uma escolha de não ter um único leitor, mas vários leitores, para representar os diversos grupos que formam o povo pernambucano. A leitura ocorre numa universidade pública, uma instituição muito atacada pela política do Governo Federal", explicou Carol Ferraz.
O grupo parte às 10h, numa caminhada vagarosa pelos 800 metros que separam a Universidade Católica de Pernambuco e a Faculdade de Direito de Recife. A partir das 11h, ocorre a leitura do manifesto, de maneira simultânea à leitura nas demais universidades.
Ouvidos pelo Jornal do Commercio, lideranças do ato indicam que organiza-se entre grupos da manifestação um cortejo rumo à Rua da Aurora, no intuito de para somar esforços ao ato das centrais sindicais.
A Central Única dos Trabalhadores convoca uma concentração, em frente ao Ginásio Pernambucano, para um ato em defesa da democracia. Lá, políticos com e sem mandato, além de candidatos a cargos eletivos, podem participar livremente.
"É um ato que acolhe posicionamentos distintos, não é algo somente da esquerda. É sobre a defesa da democracia, de se posicionar contra embarcar numa aventura apontada pelo presidente Bolsonaro (PL). É para fortalecer o processo eleitoral que já existe, que sempre foi transparente e respeitado", diz Paulo Rocha, presidente da CUT em Pernambuco.
Enquanto isso, a Universidade Federal Rural de Pernambuco também realiza a leitura da Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito. O ato acontece a partir das 14h, no Hall da Reitoria, Prédio Central, no campus Recife.
O Manifesto pela democracia
A carta foi elaborada em resposta aos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro. O mandatário, atrás nas pesquisas eleitorais, subiu o tom contra as urnas eletrônicas e afirma que não aceitará derrota no pleito a ser realizado em outubro de 2022.
O manifesto já conta com mais de 869 mil adesões. O documento foi inspirada em um outro manifesto, lido em 11 de agosto de 1977, durante a ditadura militar, pedindo a redemocratização do Brasil.
Além de presidenciáveis, artistas e demais lideranças assinaram o manifesto pela democracia. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) também organizou seu manifesto.
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