Ex-prefeita de Caruaru e candidata a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) falou sobre a situação do Metrô do Recife, do BRT e das estradas do Estado durante a sabatina da Rádio Jornal, nesta quinta-feira (11).
Na visão da tucana, falta liderança do Governo de Pernambuco para resolver os problemas da mobilidade no Estado.
"Eu fui no metrô do Recife, o metrô é do governo federal, mas ele é um dos instrumentos que a população da Região Metropolitana consegue se locomover, são 200 mil pessoas todos os dias, que pegam um metrô sucateado, que quebra todo dia, que o ar-condicionado não funciona, onde as mulheres sofrem assédio, os terminais são escuros, sujos e a integração não funciona de maneira adequada com os ônibus. Quando se pergunta aos governantes, eles dizem que é do governo federal e que "não tem nada a ver comigo". Como não? O povo vive no nosso território, tudo que diz respeito ao povo de Pernambuco diz respeito ao governador, é do governo federal, mas pode ser estadualizado? Alguns locais no Brasil fizeram isso, mas primeiro precisa sentar e ter diálogo, saber a meta de investimento para os próximos anos, a estrategia de expansão do metrô, por exemplo, para chegar a Suape", disse Raquel.
Questionada se vai propor essa estadualização, Raquel disse que, primeiro, precisar ter diálogo com a gestão federal. "É sentar com o governo federal e CBTU. Se eles não quiserem fazer, é propor estadualização. Temos de saber o plano de investimento, há um mapa nacional de PPPs do governo federal, e a gente se propõe a assumir, precisa de atitude não pode lavar as mãos".
BRT
Raquel lembrou que o Grande Recife tem um dos piores trânsitos do mundo e criticou o abandono em que se encontra o sistema de BRT.
"O BRT é uma ideia boa, mas extremamente mal executada, feita pela metade, foi investido nos ônibus, cada um deles custando cerca de R$ 500 mil, mas não conseguiu dar as vias exclusivas, as paradas de integração sucateadas, não houve fechamento de via, os ônibus quebrados, são pesado, não podem ter frenagem o tempo inteiro, há atropelamento, até por falta de condições das vias", comentou.
A candidata a governadora disse que além das soluções para médio e longo prazo, como Arco Metropolitano, o governo precisa pensar em alternativas de curtíssimo prazo e propôs melhoria no asfalto da rodovia entre Escada e Vitória de Santo Antão, para diminuir o fluxo de caminhões no Grande Recife, que não precisariam passar pela BR-232 na altura do Atacadão.
Raquel disse que como prefeita de Caruaru nada pôde fazer pela BR-232 e cobrou o governo Paulo Câmara. "Falta ação e atitude do Governo do Estado em resolver o problema da BR-232 e o resto da duplicação da BR-104. A BR-232 todos sabem a história, ela nunca foi recebida pelo governo se fala da drenagem, de problema na execução, mas tem gente que morre ali todo dia, gente que sofre acidente. Quando chove, andamos a 20 km/h, pela falta de drenagem, está cheia de buracos, a gente coloca nossa vida em risco todo dia, precisa resolver o problema".
Raquel citou o ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, de quem foi secretária. "Eduardo Campos dizia algo interessante, que a gente não pode dar intimidade a problema. Problema existe e a gente tem que resolver. O problema é o plano de investimento, quanto custa para fazer recapeamento e resolver essa drenagem? Faz 8 anos que esse governo não faz nada".
Por fim, Raquel destacou que o Governo Paulo Câmara é rejeitado pela população, criticou a situação de abandono do Hospital da Restauração, lembrando do episódio em que o teto do refeitório da instituição caiu e apontou outros problemas.
Raquel diz haver falta de diálogo do governo estadual e apontou que Paulo Câmara nunca atendeu suas ligações. Ela afirma que no período da pandemia de covid-19, enviou mensagens ao governador para tratar do fechamento da cidade de Caruaru e não obteve resposta.
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