Marília Arraes promete diálogo com João Campos e reforça proposta para transporte e emprego
Candidata ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes reafirmou a proposta de bilhete único para trabalhadores e garantiu diálogo com a Prefeitura do Recife, se eleita
Em entrevista concedida ao G1, Marília Arraes (SD) falou sobre a migração de partidos e defendeu sua composição política. Sobre propostas, a candidata ao Governo de Pernambuco reafirmou a ideia de bilhete único para trabalhadores e garantiu diálogo com a Prefeitura do Recife, se eleita.
"Lidero um projeto que tem outros dois partidos, o Avante e o PSD, com dois políticos veteranos de Pernambuco. Hoje lideramos as pesquisas, não é um projeto meu, mas de uma parcela da população e de outros grupos políticos", disse Marília Arraes, ao defender-se das críticas sobre protagonizar um projeto pessoal de poder.
A candidata reafirmou o entendimento de que a eleição de Lula (PT) à Presidência da República seria o melhor projeto nacional. Nesse sentido, afirma que a mudança para o Solidariedade foi uma maneira de continuar alinhada com o ex-presidente, sem compactuar com o Governo Paulo Câmara. Em Pernambuco, PT e PSB são aliados.
Marília Arraes também garantiu que, se eleita, manteria diálogo com João Campos (PSB), seu primo de segundo grau e prefeito do Recife. Eles disputaram, em 2020, uma eleição apertada pela gestão municipal, marcada pelo tom antipetista.
"[Dialogaria] não somente com ele, mas com qualquer prefeito que não tenha nos apoiado, nossa relação será institucional, com o maior respeito, até porque o povo não merece pagar a conta por divergência política", disse.
Marília Arraes reforçou propostas
Sobre mobilidade, Marília Arraes reforçou a ideia apresentada em abril, sobre implementar um bilhete único para o transporte público. A medida atingiria o Grande Recife e permitiria ao trabalhador o pagamento de um valor que permita transporte por um semestre inteiro.
A candidata também garante a realização de licitações para que empresas possam concorrer à prestação do serviço. "Nós temos hoje uma má organização do sistema de transporte, as empresas que estão funcionando nunca passaram por uma licitação", declarou.
Ainda na área de transporte público, Marília Arraes se posicionou contra a estadualização do Metrô, sendo necessária a discussão do tema com o Governo Federal. Ela também criticou iniciativas do PSB: "Teve muito recurso, tanto para o BRT quanto para a navegabilidade do Capibaribe, que nunca funcionou".
Outro tema discutido na entrevista foi empregabilidade. Marília Arraes apresentou detalhes da proposta para democratizar o acesso à Tecnologia da Informação e Informática para os jovens do Estado. Ela propõe a criação do programa Projovem Pernambuco.
"Recife é um dos maiores polos de tecnologia da informação da América Latina e há uma carência de mão de obra especializada para suprir as demandas das empresas instaladas aqui. É um absurdo ter a maior taxa de desemprego do País e não conseguir preencher as cerca de 600 vagas criadas todos os anos no Porto Digital", afirmou.
A proposta consta no programa de Governo de Marília Arraes e prevê a inclusão do ensino da Lógica dos Algoritmos e Linguagem de Programação nos três anos do ensino médio. As aulas serão voltadas a aplicações diversas, inclusive lúdicas.
Uma das finalidades é proporcionar uma maior empregabilidade dos jovens egressos das escolas públicas estaduais. A candidata cita como exemplo a Índia, que virou o maior polo de TI do mundo.
Para execução do programa, será necessário um aporte de R$ 200 mil por escola, o que representaria algo em torno de R$ 100 milhões a serem investidos nos próximos quatro anos.
Sabatina de Marília Arraes na Rádio Jornal
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