No Recife para cumprir agendas de campanha nesta quinta-feira (15), Ciro Gomes (PDT) concedeu entrevista ao Passando a limpo da Rádio Jornal, deste Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. O candidato à Presidência da República falou sobre suas propostas e criticou adversários pelas propostas para a economia.
Ciro Gomes foi questionado sobre sua proposta de taxar os super ricos no Brasil. O candidato afirmou que, no Brasil, há um problema de gasto, mas também de arrecadação. O ex-ministro considera a carga tributária do país alta, mas também mal distribuída e onerosa para os mais pobres.
Ele cita a cobrança de impostos sobre lucros e dividendos como uma saída. Além disso, também afirmou que vai aumentar a faixa de isenção de imposto de renda e cobrar mais dos mais ricos, num plano para arrecadar mais R$ 60 bilhões.
"Minha ideia é cobrar dos mais ricos para diminuir a carga sobre os mais pobres. (...) Quero tirar o Brasil do desequilíbrio, para evitar que o país pegue mais dinheiro emprestado", aponta Ciro Gomes. O candidato do PDT também reclama pela alta fatia do orçamento destinado para o pagamento da dívida pública.
Ciro Gomes afirma que todos os candidatos mentem com relação ao orçamento do país e suas propostas. Para colocar em prática seus planos, ele afirmou que pretenda passar um "pente fino" nas renúncias fiscais em busca de "picaretagem", o que resultará num corte de 20% desses acordos no primeiro ano, segundo seus cálculos.
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O pedetista também se comprometeu com instauração de imposto sobre lucros e dividendos empresariais. "O mundo inteiro cobra e eu cobrei quando fui ministro da Fazenda. Se eu cobrar de novo, boto mais R$ 80 bilhões [no orçamento]", pontua.
Ciro Gomes adiciona às suas propostas para impulsionar os cofres públicos a cobrança de imposto progressivo sobre o uso de terra para especulação e o imposto sobre grandes fortunas, para pessoas físicas com fortunas acima de R$ 20 milhões.
Ciro Gomes critica Lula, mas ressalta amizade com ex-presidente
O candidato do PDT acusou Lula (PT), seu adversário na corrida pela Presidência, de explorar uma memória afetiva falsa. O petista governou o país entre 2003 e 2010, elegendo sua sucessora, Dilma Rousseff (PT).
"Nunca ouve esse tempo em que todo mundo tinha picanha e cerveja. (...) Lula se corrompeu, não tem a menor ideia do que acontece no Brasil e no mundo", acusa Ciro Gomes. O pedetista aponta que o sucesso econômico do governo lulista é resultado de uma expansão "explosiva" de crédito que levou ao endividamento.
Ao falar sobre o petista, Ciro Gomes criticou Lula pela associação ao MDB e Geraldo Alckmin (PSB), citando que a aliança com o ex-governador de São Paulo é incompatível ideologicamente. Em diversos momentos, se referiu ao petista como "amigo".
Ciro Gomes também deferiu críticas a Jair Bolsonaro (PL). Afirmou que o Brasil não cresce há onze anos, somando os últimos oito do PT com a gestão do atual presidente. Ao falar sobre seus adversários, ele afirmou que não vai negociar reeleição, mas projetos.
Nesse sentido, ele afirmou que vai conversar e buscar mediação dos prefeitos e governadores em busca de apoio dos parlamentares de cada estado. Como moeda, cita a renegociação da dívida dos estados e municípios e facilitar os investimentos para geração de empregos.
"Jumento de óculos"
Ciro Gomes foi questionado sobre o discurso do presidente Jair Bolsonaro sobre armamento da população, numa suposta defesa da liberdade individual. O ex-ministro, então, respondeu: "Se você olhar um jumento de óculos, lendo, você vai entender. Ou não vai entender, porque não é possível", disse.
Ele não claro sua referência (escute aqui, a partir dos 31 minutos e 45 segundos). O ex-ministro, porém, afirma que a população teme as facções criminosas e reclama da impotência das autoridades brasileiras.
"Como Bolsonaro é espertalhão, sabe que o povo tem medo. Ele trás essa mentira de que a proteção é individual", pontua Ciro Gomes. Ele ainda acusa o presidente de ter "mijado nas calças" durante um assalto no qual perdeu sua arma.
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