Ao participar da sabatina da Rádio Jornal, nesta segunda-feira (3), a candidata a governadora de Pernambuco, Marília Arraes (Solidariedade), fez uma avaliação dos resultados das urnas neste primeiro turno.
Segundo a deputada federal, ainda no período de pré-campanha, “parecia que seria mais uma eleição de cartas marcadas”. “O PSB estava acostumado a ganhar o jogo de W.O, porque escolhia seus adversários, escolhia a estratégia política. Então, quando consegui viabilizar minha candidatura, a partir daí a gente já embolou o jogo”, disparou Marília Arraes.
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Mesmo diante do bom desempenho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Pernambuco, obteve 65,27% dos votos válidos, e com a eleição de Teresa Leitão (PT) para o Senado na única vaga pertencente ao estado, o candidato apoiado pelos petistas, Danilo Cabral (PSB) ficou em quarto lugar da disputa com pouco mais de 18%.
“Eles estavam, em 2020, culpando o presidente Lula e seu partido de tudo que não prestava. Um ano e meio depois, virou a chave completamente, e isso iria pegar se não tivesse uma candidata que fosse organicamente a defensora do presidente Lula, e não somente dele, mas desse lado que hoje está em jogo no Brasil, principalmente nessa eleição do segundo turno”, declarou.
Durante a sabatina, Marília Arraes afirmou que pretende conversar com o candidato a presidente pelo PT, também por entender que ele precisará ter palanques sólidos para enfrentar o segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, ela descartou qualquer possibilidade de se juntar ao PSB para pedir votos ao líder petista.
Nesta segunda-feira, haverá uma reunião da coordenação da campanha de Lula com os partidos aliados, o que inclui o Solidariedade.
Marília Arraes também comentou sobre as dificuldades que enfrentou por ter um partido com pouco tempo de televisão e rádio - a coligação Pernambuco na Veia (Solidariedade, PSD, Avante, Agir, PMN) tinha apenas 1 minuto e 9 segundos.
“Dificuldade de fazer as articulações necessárias para ter mais apoio político para ter mais tempo de televisão. A gente não tinha nenhuma máquina, meus adversários eram ex-prefeitos de cidades grandes, então a gente não teve nada disso”, afirmou.
PESQUISA
Em todas as pesquisas eleitorais, divulgadas neste primeiro turno, a candidata a governadora Marília Arraes sempre apareceu liderando o cenário. Ainda assim, Marília Arraes afirmou que “já faz um tempo que pesquisa não acerta”.
“Nós vimos no Brasil todo, que as pesquisas não acertaram. Talvez, metodologia que precisa se atualizar, enfim, eu não sou da estatística, eu sou é da política. Então, por isso que sempre vinham repercutir comigo essa questão de pesquisa e eu dizia que eu vou fazer aqui o que acredito que é correto e acho que é o caminho”, declarou.
“Estava esperando o resultado das urnas, não estava com expectativa nenhuma. Fiquei muito feliz de ter essa vitória já no primeiro turno, porque nós tínhamos muitas fragilidades em termos de estrutura, de máquina”, completou a candidata do Solidariedade. Para Marília Arraes, o fato de o PSB não estar no segundo é uma grande vitória, na sua avaliação.
RAQUEL LYRA
Durante participação da sabatina da Rádio Jornal, Marília Arraes afirmou que o eleitorado pernambucano deverá apontar dois caminhos, em um deles, ela associa a sua adversária Raquel Lyra (PSDB) ao bolsonarismo.
A presidente estadual do PSDB e ex-prefeita de Caruaru, chegou ao segundo turno com 20,58% dos votos. Essa é a primeira vez na história de Pernambuco que duas mulheres estão no segundo turno disputando o comando do Palácio do Campo das Princesas.
“Quem diz tanto faz, está ajudando Bolsonaro”, iniciou a candidata. “Eu não digo tanto faz, a gente é contra Bolsonaro. Nós queremos ajudar o Brasil a se livrar de Bolsonaro. Pernambuco vai apontar um novo caminho no segundo turno, se é a continuidade desse desgoverno, desse absurdo que está acontecendo no Brasil. Ou uma política alinhada ao que quer o presidente Lula”, disse.
Segundo Marília Arraes, a partir da próxima semana, ela deverá apresentar uma atualização do seu programa de governo que estará alinhado com as diretrizes defendidas pelo ex-presidente Lula.
DEBATES
Ausente em todos os debates promovidos neste primeiro turno das eleições e, por consequência, alvo dos candidatos adversários por causa dessas faltas, Marília Arraes afirmou que não teria como saber até que ponto isso pode ter influenciado o resultado das urnas.
“Não temos bola de cristal para dizer o que poderia ter acontecido se tivéssemos ido”, respondeu. “No debate, nós temos um minuto ou um minuto e meio para falar, nesse tempo não dá para expor um programa de governo inteiro, dá para gente bater boca com o candidato”, afirmando ainda que teria sido alvo dos seis candidatos que participaram.
Marília Arraes garantiu que participará de todos os debates neste segundo turno, e ainda lembrou, que Raquel Lyra também usou a estratégia de não participar dos debates quando disputou a reeleição em Caruaru, em 2020.
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