SIMONE TEBET: candidata de Raquel Lyra à presidência anuncia voto em Lula
Apoio de Simone Tebet (MDB) a Lula (PT) pode ter repercussão em Pernambuco, onde Raquel Lyra (PSDB) e Marília Arraes (SD) disputam o Governo de Pernambuco
Candidata derrotada no primeiro turno da eleição para a Presidência da República, Simone Tebet (MDB) declarou neste cinco de outubro apoio a Lula (PT), contra Bolsonaro (PL), no segundo turno. A candidatura da senadora contou com apoio da federação PSDB-Cidadania, que lançou Raquel Lyra (PSDB) ao Governo de Pernambuco.
Raquel Lyra se encontra de luto após a perda do marido, que faleceu no último dois de outubro, mesmo dia da eleição. Desde então, quem conduz a campanha é sua vice, Priscila Krause (Cidadania). Para o segundo turno, uma das apostas contra a tucana é sua associação a nomes ligados ao bolsonarismo. Dessa forma, o apoio de Tebet a Lula pode oferecer um contraponto às críticas.
Logo após a apuração das urnas, Miguel Coelho (UB) declarou apoio a Raquel Lyra, com quem manteve conversas na pré-campanha. O ex-prefeito de Petrolina declarou nesta quarta apoio a Bolsonaro, o que já está sendo usado por marilistas como argumento para associar a ex-prefeita de Caruaru ao bolsonarismo. O atual presidente desfruta de alta reprovação no estado.
Raquel Lyra ficou em segundo lugar no primeiro turno da disputa pelo Governo de Pernambuco. A tucana obteve 1.009.556 votos, o que representa 20,58% da votação válida para o cargo. Em tempo, também é aguardado o posicionamento de Anderson Ferreira (PL), que foi o candidato oficial de Bolsonaro em Pernambuco.
"Meu compromisso sempre foi com Bolsonaro. Fui convocado por ele para disputar o Governo de Pernambuco e, por isso, não tomarei nenhuma posição sem ouvi-lo", disse Anderson Ferreira. Nos bastidores, aliados afirmam que há tendência de – mas não cravam – apoio a Raquel Lyra, principalmente após os entendimentos entre o presidente e os tucanos no eixo Sul-Sudeste.
Enquanto o PSDB está dividido, com quadros influentes do partido defendendo Bolsonaro, o Cidadania de Priscila Krause já declarou apoio a Lula. O MDB de Tebet liberou os diretórios estaduais, favorecendo a ala lulista concentrada no Nordeste.
O esperado posicionamento de Raquel Lyra sobre o segundo turno já rendeu críticas. Logo após o resultado das urnas ser confirmado, Marília Arraes criticou a adversária, associando-a ao bolsonarismo e lembrando sua aliança com Anderson Ferreira. A ex-prefeita de Caruaru e o ex-prefeito de Jaboatão iriam formar uma chapa conjunta, o que ficou inviabilizado pelo desembarque de Bolsonaro no PL.
"Estamos vivendo um momento crucial para a democracia brasileira. Quem está contra Lula está com Bolsonaro de alguma maneira. Temos que trazer essa discussão, afinal, quando a pessoa dia 'tanto faz', está sendo conivente com essa política fascista. Quem diz 'tanto faz' ajudou Bolsonaro a ir para o segundo turno", disse Marília na entrevista, no dois de outubro.
Daniel Coelho (Cidadania) saiu em defesa de Lyra, em entrevista concedida à Rádio Jornal nesta quarta: "Faltou respeito por parte de Marília logo após o resultados das eleições, quando ela já tentou nacionalizar a campanha estadual, sabendo que a adversária estava de luto pela morte do marido. (...) Ela podia dizer tudo, mas só não podia dizer que Raquel Lyra apoiava Bolsonaro. Ela irá se posicionar".