A agressão sofrida pelo jornalista pernambucano Victor Pereira, que está cobrindo a Copa do Mundo, no Catar, gerou revolta nos brasileiros e mostrou para o mundo a intolerância do governo do país do Oriente Médio em relação as manifestações LGBTQIA+. Enquanto trabalhava, nesta terça-feira (22), na cidade de Doha, o repórter foi abordado por um homem catari que "confundiu" o arco-íris da bandeira do Estado de Pernambuco com a do movimento LGBTQIA+.
O jornalista teve sua bandeira tomada, jogada no chão e pisada pelo homem catari, que também pegou o celular do profissional de comunicação, só devolvendo após ele apagar os vídeos do momento da agressão. Nem mesmo com a chegada da polícia local e a explicação de que se tratava da bandeira do seu estado impediu que Victor tivesse o seu material de trabalho deletado.
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Após a repercussão das imagens que circularam nas redes sociais, vários políticos pernambucanos se manifestaram se solidarizando com o repórter e repudiando a atitude no país que está sediando a Copa do Mundo. Através de sua conta no Twitter, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), escreveu que "os policiais enxergaram exatamente o que nossa bandeira representa: liberdade, diversidade e união. Valores que temos orgulho de levar aos quatro cantos do mundo".
Em sua conta no Instagram, o prefeito da Cidade do Recife, João Campos (PSB), postou uma mensagem de orgulho da bandeira de Pernambuco. "A nossa bandeira é maior do que qualquer preconceito".
Já a governadora eleita, Raquel Lyra (PSDB), revelou que ligou para Victor Pereira. "Me solidarizei pela violência sofrida na cobertura da Copa. Ele teve o celular tomado e só devolveram após apagar o vídeo porque estava carregando o que eu carrego para todo canto que eu vou, que é a bandeira de Pernambuco. Símbolo de luta, liberdade e união. Que é tudo aquilo que o mundo precisa e que o Brasil precisa", falou a ex-prefeita de Caruaru.
A sua vice-governadora, Priscila Krause (Cidadania), que é jornalista, lamentou o incidente com repórter. "O episódio de violência contra o jornalista pernambucano Victor Pereira é uma violência que atinge todos nós e só reforça a necessidade de levantarmos ainda mais a bandeira do respeito, da diversidade, da paz e da união de todos no mundo inteiro. A nossa bandeira representa a união dos pernambucanos e é motivo de orgulho nosso no mundo inteiro. A defesa da liberdade que sempre marcou a nossa história está fortemente representada nela. Viva Pernambuco, terra de liberdade", escreveu em sua conta no Instagram.
O vereador pelo PSOL, Ivan Moraes, outro político que tem como formação o jornalismo, enfatizou que esse tipo de episódio lamentável é típico de um país autoritarista. "A absurda agressão ao jornalista Victor Pereira e às pessoas com a bandeira pernambucana no Catar é uma triste amostra do que acontece quando vivemos sob uma ditadura em que a discriminação e o preconceito são política pública", pontuou Ivan Moraes.
A absurda agressão ao jornalista @ovictorpereira e às pessoas com a bandeira pernambucana no Catar é uma triste amostra do que acontece quando vivemos sob uma ditadura em que a discriminação e o preconceito são política pública.
— Ivan Moraes é Lula (@ivanmoraesfilho) November 22, 2022
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco (Sinjope) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiaram a atitude das autoridades policiais do Catar e vão acionar a Federação Internacional de Jornalismo (FIJ) para relatar o fato que vem em desencontro com os princípios do bom jornalismo e da plena democracia.
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