Priscila Krause reconhece "expectativa política" sobre equipe de transição, mas afirma que Raquel optou por uma "transição administrativa"

A vice-governadora eleita, Priscila Krause (Cidadania), reconheceu que há uma “expectativa política” diante da condução do processo de transição do governo eleito de Raquel Lyra (PSDB), que tem à frente uma equipe formada apenas por nomes técnicos.

Diferentemente da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que já conta com mais de 400 nomes, incluindo vários deputados federais da bancada pernambucana,  distribuídos entre os núcleos temáticos, Priscila afirma que em Pernambuco o novo governo optou por fazer uma “transição administrativa”. 

A escolha foi feita para entender como elas vão receber o Estado, após ser administrado pelo PSB por 16 anos, e para garantir a manutenção dos serviços essenciais nessa mudança de gestão.

A equipe de transição até o momento, tem destacado que já foram encaminhados 35 ofícios ao governador Paulo Câmara, com solicitação de dados a respeito de convênios, concessões, obras estruturadoras e demais informações necessárias para compreender o que deverá ser assumido a partir do dia 1º de janeiro de 2023.

No entanto, como apontado na coluna Cena Política, existe uma necessidade de que a equipe de transição também possa fazer apontamentos para o futuro, deixando mais evidente quais serão as diretrizes adotadas para o próximo governo.

Durante entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, a vice-governadora eleita também foi  questionada se haverá uma ampliação dessa comissão e se serão inseridos grupos temáticos nesse processo.

Ele afirmou que essa expectativa “é absolutamente natural”, mas que é preciso lidar bem com isso. “Precisamos colocar a bola no chão e arrumar a jogada. A nossa eleição já foi um apontamento para o futuro e o processo de construção desse futuro se dá de maneira muito intensa agora nessa lacuna que a gente tem entre eleição e assumir o governo. A gente precisa aproveitar esse tempo para organizar as respostas a essas expectativas”, respondeu Priscila.

A vice-governadora eleita cita como exemplo de informações que precisam ser discutidas e compreendidas pelo grupo, a contratação emergencial da obra de ampliação do Presídio Frei Damião Bozzano, que integra o Complexo do Curado, localizado na Zona Oeste do Recife.

O valor total do contrato firmado por inexigibilidade de licitação é de R$ 84,1 milhões, dos quais R$ 7 milhões estão programados para a execução ainda este ano, e R$ 77,1 milhões precisarão ser executados e pagos no primeiro ano da administração Raquel Lyra, quando a obra tem previsão para ser concluída.

A equipe havia entrado com um pedido de medida cautelar no Tribunal de Contas do Estado, mas conforme publicado pelo Blog de Jamildo, a solicitação foi indeferida pelo conselheiro do TCE Marcos Loreto.

Na entrevista ao Passando a Limpo, a coordenadora da equipe de transição diz que na previsão Orçamentária do Executivo, no que diz respeito a rubrica da ampliação de vagas do sistema penitencial, o recurso é de apenas R$ 20 milhões.

“O orçamento foi feito pelo governo que planejou essa obra. Era muito bom que conseguimos resolver isso na transição, mas são essas situações que nós vamos nos deparando”, pontuou.

NOVAS REUNIÕES

A equipe de transição da governadora eleita Raquel Lyra vai se reunir na próxima segunda-feira (5), com os 184 prefeitos pernambucanos para estreitar as relações e o diálogo, da mesma forma que já foi feito com os deputados estaduais e federais. Na semana passada, Priscila Krause, também já esteve com alguns vereadores que estiveram presentes no Congresso Estadual da UVP, realizado no município de Arcoverde.

Já nesta quinta-feira (1º), a equipe de transição se encontrará com o secretário estadual de Saúde, André Longo, para fazer questionamentos com relação ao enfrentamento da covid-19 em Pernambuco diante do aumento do número de casos confirmados da doença.

"Queremos saber como estão as ações de enfrentamento a essa fase da pandemia; quais são as medidas de contingência que estão sendo tomadas; qual o prognóstico de aumento de casos, baseado nos dados científicos; e como as unidades de saúde estão prontas para receber isso”, adiantou Priscila Krause.