Com Estadão Conteúdo
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já escolheu o seu ministro do Trabalho: o deputado federal eleito Luiz Marinho (PT-SP). Petistas afirmaram que o convite já foi feito por Lula, e Marinho o aceitou.
A formalização da indicação deve ser feita nos próximos dias. Na semana passada, Lula teria aconselhado Marinho a se aproximar das centrais sindicais e pouco depois a CUT, a Força Sindical e a UGT endossaram o nome do escolhido, que preside o diretório estadual do PT em São Paulo.
Marinho foi ministro do Trabalho e depois ministro da Previdência Social nos dois primeiros mandatos de Lula, entre 2005 e 2008. No próximo ano, as duas áreas devem ser novamente separadas em ministérios diferentes, mas ainda não há uma decisão final e nem um nome anunciado para ocupar a Previdência Social.
Ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Marinho preside o diretório estadual do PT em São Paulo e foi eleito deputado federal nas eleições de outubro, após derrotas em disputas para o governo do Estado, em 2018, e para a Prefeitura da cidade onde Lula tem domicílio eleitoral, em 2020.
Esta será a segunda passagem de Marinho pelo Ministério do Trabalho, que foi extinto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019 e recriado em 2021. O petista esteve à frente da pasta entre 2005 e 2007.
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Nos bastidores, comenta-se que o comando do Ministério do Trabalho vinha sendo disputado entre o PT e o PCdoB, que também havia demonstrado interesse nas pastas de Cultura e Ciência e Tecnologia. Nesta semana, porém, a cantora Margareth Menezes foi confirmada como titular da Cultura, e Ciência e Tecnologia estaria dentro da cota do PSB.
Apesar de mostrar a força das centrais sindicais na formação do governo, a escolha de Marinho não deve indicar o retorno do imposto sindical, uma vez que tanto Lula quanto as próprias entidades já disseram ser contrários à medida.
Infraestrutura
A equipe de transição de Lula avalia dividir o atual Ministério da Infraestrutura em duas pastas. O Estadão apurou que a ideia foi debatida pelo grupo técnico que analisou a área. Um órgão ficaria responsável pela gestão de rodovias e ferrovias, enquanto outro assumiria a gestão de portos, aeroportos e hidrovias.
O plano de criar um "superministério", como passou a ser chamado o atual Ministério da Infraestrutura, foi encampado pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que aglutinou, dentro do que era o antigo Ministério dos Transportes, outras áreas que tinham gestões distintas, com a Secretaria de Portos e a Secretaria de Aviação Civil.
A avaliação do governo eleito é de que essa estrutura, na realidade, tratou apenas de centralizar temas complexos dentro de um único ministério, sem efeitos práticos para reduzir custos da máquina pública.
A cúpula do governo Lula ainda discute a estrutura final da área, e não há nomes definidos para os dois novos ministérios. Alguns despontam como favoritos para assumir as novas pastas e secretarias. O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) e o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), são os mais cotados, além da ex-ministra Miriam Belchior.
Disputas
O Ministério da Infraestrutura está no centro das disputas políticas do governo, principalmente por concentrar grande parte das obras públicas, concessões à iniciativa privada e um dos maiores orçamentos da União. É no MInfra que são negociados, por exemplo, os recursos para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), para cuidar das rodovias do País.
A força política do ministério se confirmou neste ano, com a eleição do então ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo de São Paulo. Durante as eleições, Tarcísio explorou a imagem de "executor de obras" de Bolsonaro e de pessoa de perfil técnico e menos político.
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